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Retrato económico da cidade destaca inovação e qualificação acima da média

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A economia do Porto tem no investimento em Investigação e Desenvolvimento e no nível de formação dos quadros os fatores que mais a destacam do resto do país. Os dados do estudo do Novobanco referem-se a 2021 e foram apresentados no debate promovido pelo jornal ECO, que contou com a participação do vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo, Ricardo Valente.

O Porto regista uma tendência crescente e expressiva na inovação, com o maior peso – 371 milhões de euros – protagonizado pelo ensino superior, seguido das empresas e do Estado. É na Invicta que se encontra o maior número de investigadores por mil habitantes: os 32% superam a média do país que se fica nos 5,4%.

Ainda no campo da inovação e competitividade, o estudo refere os 4.474 projetos portuenses aprovados no âmbito do Portugal 2020, financiados em cerca de 963 milhões de euros, o mesmo valor atribuído pelo Plano de Recuperação e Resiliência para outros 2.441 projetos, a maior parte nas áreas dos transportes, como a rede de metro, e da saúde, dentro das redes nacionais dos cuidados continuados integrados e de cuidados paliativos.

O estudo do Novobanco constatou que o volume de negócios das empresas no Porto foi superior a 15 mil milhões de euros em 2021, uma subida relativamente ao ano anterior, e que representa 3,5% do total do país.

A maior parte das empresas com operação na cidade são do setor jurídico e contabilidade, consultadoria, arquitetura e engenharia. Seguem-se o comércio e reparação de veículos e a área da administração e dos serviços de apoio.

Nível de formação dos quadros acima da média nacional

No que diz respeito aos níveis de formação, os trabalhadores do Porto estão acima da média nacional. Nas áreas das Ciências e da Tecnologia, a cidade conta com 704 diplomados por mil habitantes.

O Novobanco analisou, igualmente, o rendimento dos trabalhadores e concluiu que o rendimento líquido é 37% superior ao resto do país e que o poder de compra também está 54% acima da média nacional.

Em 2021, a cidade atingiu 105,5 milhões de euros de proveitos dos estabelecimentos de alojamento turístico. O número de dormidas é liderado pelos portugueses, seguido dos espanhóis, franceses e alemães.

O maior hub europeu em Ciências, Matemática e Informática

A apresentação dos resultados contou com a participação do administrador do Novobanco, Luís Ribeiro, o diretor financeiro do grupo Taylor’s, Rui Magalhães, Jorge Quintas, do grupo Nelson Quintas, e Filipe Barrias, diretor-geral do grupo Barrias, dono dos cafés Guarany e Magestic, que analisaram a economia portuense e os novos desafios.

Para Ricardo Valente, em termos económico, o Porto vive “o melhor momento de sempre enquanto cidade”. O vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo acredita que “nunca, numa década, a cidade teve uma transformação tão grande, em termos económicos", que lhe trouxe uma “especialização económica”. Atualmente, referiu, o turismo representa cerca de 17% do emprego, com a área das tecnologias a assegurar já 14% do total.

Mas “a área de influência vai até Braga e Aveiro”, fazendo da zona “o maior hub produtor de graduados em Ciências, Matemática e Informática”, sublinha Ricardo Valente, recordando como “isso permitiu trazer um enorme fluxo de investimento estrangeiro”, à volta de 2,7 mil milhões de euros, na Área Metropolitana do Porto, nos últimos três anos, e mais de 17 mil postos de trabalhos criados.

Do dinamismo do setor turístico, o vereador sublinha como o Porto tem sentido “uma mudança radical no perfil de gastos”, com os norte-americanos a liderar o volume de gastos na cidade no primeiro trimestre do ano.

Ricardo Valente adiantou, ainda, os planos do Município para “criar na cidade um centro de gastronomia e negócios, feito em parceria com o Basque Culinary Center”. “Queremos criar um espaço de valorização, investigação e inovação, do ponto de vista de gastronomia local e formação dos agentes”, adiantou o vereador da Economia, Emprego e Empreendedorismo.

E concluiu com a expressão da vontade de que “o Porto seja uma cidade e não um resort. Queremos que seja uma cidade boa para viver, para visitar e para trabalhar”, defendeu Ricardo Valente.