Sociedade

Restaurantes solidários serviram 150 mil refeições em 2020

  • Isabel Moreira da Silva

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A rede de restaurantes solidários criada pela Câmara do Porto serve atualmente cerca de 580 refeições por dia. O número está paulatinamente a crescer desde o último balanço, realizado em janeiro. Sinais de uma crise que influenciou, em larga medida, o ano de 2020, período que totalizou a confeção de cerca de 150 mil refeições quentes, nos três restaurantes solidários da cidade do Porto em funcionamento.

O objetivo é “substituir a distribuição de comida no espaço público, criando condições para que todas as pessoas em situação de grande vulnerabilidade económica e social tenham acesso a uma alimentação saudável, equilibrada regular e sistemática, em condições de dignidade e de segurança alimentar”, afirmou no início desta semana o vereador da Habitação e Coesão Social, Fernando Paulo, na reunião de Executivo em que foi aprovado, por unanimidade, a celebração de contrato com a IPSS do Porto SAOM – Serviços de Assistência Organizações de Maria, para garantir o funcionamento da rede de restaurantes solidários do município.

Em funcionamento todos os dias do ano, entre as 20 e as 22,30 horas, estes espaços servem, atualmente, uma média de 580 refeições por dia, superior aos totais avançados há cerca de três meses, em que foi apresentada uma média de 525 refeições diárias.

Fernando Paulo acredita que a rede tem ainda capacidade para esticar um pouco mais a resposta, mas admite também que será com a abertura do quarto restaurante na zona da Boavista, prevista para breve, que se vai verificar novo aumento substancial no número de refeições.

Assim tem sido desde o início do projeto, em 2017. O primeiro restaurante solidário da Câmara do Porto viu a luz do dia num espaço muito próximo à Praça da Batalha (na Rua de Cimo de Vila), alugado ao Hospital do Terço; ainda hoje é o restaurante com mais procura, servindo, aproximadamente, 280 refeições por dia. Em 2019, a rede alargou-se até ao antigo Hospital Joaquim Urbano, onde funciona o Centro de Acolhimento Temporário; neste espaço são servidos cerca de 130 pratos quentes por dia. Já o restaurante solidário da Baixa, que abriu no final do ano passado na Travessa de Passos Manuel, é hoje responsável por assegurar a entrega de 170 refeições diárias.

Do contrato com a SAOM, aprovado recentemente em reunião de Câmara, fica estabelecido que o financiamento municipal se fixa nos 360 mil euros para 2021, investimento superior ao do ano passado, na ordem dos 300 mil euros.

A rede de restaurantes solidários é uma das ações que integra os eixos de intervenção da Estratégia Municipal para a Integração de Pessoas em Situação de Sem Abrigo 2020-2023. Este trabalho em rede faculta, entre outras ações, a formação para desenvolvimento de competências e integração de pessoas em situação de sem abrigo. Até ao momento, já 30 pessoas assinaram um contrato de trabalho no âmbito da Plataforma + Emprego.

Nos últimos anos, a cidade do Porto tem-se mantido no pódio das cidades portuguesas que mais pessoas contabilizam ter deixado a situação de sem-abrigo, segundo os últimos dados estatísticos.

Atualmente a rede do NIPSA Porto, que a Câmara do Porto coordena, integra cerca de 70 associações, organizações ou entidades.

Na reunião de Executivo Municipal, o vereador do PSD, Álvaro Almeida, teceu elogios à estratégia adotada pela Câmara do Porto ao considerar como “extremamente positivo o papel de coordenação” que tem desempenhado.

Já Ilda Figueiredo, vereadora da CDU, considerou este apoio importante, porque “esta área é extremamente sensível e a situação está a agravar”.

“Estamos perante um dos problemas que em termos mundiais mais perplexidade apresenta”, referiu, por seu turno, Fernanda Rodrigues, vereadora do PS.