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“Renovar o Passado, Construir o Futuro” é o mote da programação de Serralves para 2022

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Miguel Nogueira

O Museu de Serralves apresenta, na programação para 2022, exposições de artistas como Rui Chafes, José Leonilson e Rivane Neuenschwander, aposta na multidisciplinaridade com Ryoji Ikeda e volta a mostrar as obras de Joan Miró, desta vez em diálogo com artistas vivos.

As propostas para este ano foram apresentadas na segunda-feira, na sede da fundação, e assentam em vários eixos: contam com artistas portugueses, mostram a coleção, apostam no internacional (trazendo artistas externos e levando a coleção a outros países) e na multidisciplinaridade e inovação, e comungam com o parque e o ambiente.

“Se uma exposição combinar vários destes eixos, estamos a fazer bem o nosso trabalho”, considerou o diretor do Museu, Philippe Vergne, citado pela agência Lusa.

A exposição que inaugurará o ano é do libanês Tarek Atoui e será apresentada no Museu e no Parque de Serralves. Já a grande exposição anual do Parque de Serralves é dedicada ao escultor Rui Chafes, que ocupará também vários espaços do museu, numa mostra que estará patente de julho até janeiro do próximo ano.

O eixo da coleção volta a dar destaque às obras de Joan Miró, com a continuação da mostra “Signos e Figurações”, até março, e regressa em outubro com “Pas de Deux”, uma exposição pensada por Robert Lubar Messeri, em que a obra do pintor catalão é confrontada com a de artistas contemporâneos.

A multidisciplinaridade e a inovação encontram o seu expoente no trabalho do japonês Ryoji Ikeda, que respondeu à encomenda de Serralves com a construção de um pavilhão, em colaboração com o arquiteto Nuno Brandão Costa, que oferece uma “experiência totalmente envolvente de visualização de dados”, numa instalação de som, imagem e luz.

Na Casa do Cinema Manoel de Oliveira, a relação do realizador portuense com a escritora Agustina Bessa-Luís está em destaque na exposição “O Princípio da Incerteza”, inaugurada em dezembro de 2021. Esta valência acolherá, a partir de junho, a mostra “Luz e Sombra”, que se debruça sobre a obra da cineasta e fotógrafa de origem belga Agnès Varda. Entre outubro acontecerá uma retrospetiva seletiva no âmbito da Temporada Cruzada Portugal-França. Serão feitas também retrospetivas da filmografia de Ai Weiwei e de François Reichenbach, e continuado o esforço de digitalização do acervo de Manoel de Oliveira, para garantir a acessibilidade da obra.

Quanto ao Parque, a recém-nomeada diretora Helena Freitas realçou a sua “primeira vocação” – a conservação do património vegetal –, mas também a “programação de ciência e pedagógica”, com especial enfoque nos fungos, que merecem até a exposição “The Art of Mushrooms”.

Este ano verificar-se-á igualmente o regresso de várias iniciativas como Serralves em Festa, O Museu como Performance, O Jazz no Parque e Serralves em Luz.