Economia

"ReinventaPorto" apoiou mais de 200 empresas da cidade para a transição digital

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Filipa Brito

O objetivo inicial era ajudar 120 pequenas e médias empresas na cidade a acelerar a transição para a economia digital e a responder aos desafios causados pela atual crise. Quase três mil horas de formação depois, o “reinventaPorto”, promovido pelo Município do Porto e pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), capacitou 204 empresas de diversos setores, a maioria de consultoria, comércio/retalho e restauração, mas também das áreas da saúde, seguros e construção.

Nas palavras do vereador com o pelouro da Economia, Turismo e Comércio, Ricardo Valente, a intenção da Câmara do Porto “passa por capacitar as pessoas, dar apoios à capacitação nesta lógica granular, com entidades que permitam que esse conhecimento se transforme rapidamente em algo concreto do ponto de vista empresarial, que retransforme organizações e que permita que a cidade reganhe dinamismo económico”, uma vez que, segundo Ricardo Valente, “os municípios não devem substituir as competências de apoio económico do Governo central, mas complementá-las”.

O programa “reinventaPorto” nasceu, como explica o presidente da ANJE, Alexandre Meireles, pelo “esforço conjunto entre a associação e a Câmara do Porto em desenhar um projeto que fosse de encontro às necessidades das empresas, que as ajudasse a otimizar as suas ferramentas e o canal de vendas”. O responsável acredita que a ligação é essencial uma vez que “são os municípios que conhecem a realidade local, são eles que estão mais próximos das empresas e são eles que, melhor do que ninguém, conhecem o seu tecido socioeconómico” do território que governam.

Os resultados finais do programa revelam que as mulheres aderiram mais do que os homens (56%), 55% dos participantes possuía uma licenciatura e 20% o grau de mestrado. Mais de 93% mostraram-se muito e bastante satisfeitos com o que levaram do “reinventaPorto”. Em resposta a um inquérito, 38,4% dos participantes revelaram que a pandemia se traduziu em quebras acima dos 50% nos seus negócios.

A esta realidade, Alexandre Meireles acrescenta dados mais gerais que dizem que apenas 26% dos trabalhadores portugueses têm competências digitais e só metade das empresas têm presença digital, sendo que, destas, 20% fazem apenas atualização de conteúdo. “Temos aqui um longo caminho para fazer na capacitação digital das pessoas, estamos a começá-lo”, sublinha o responsável da ANJE, que garante que o “reinventaPorto” “não é uma coisa teórica, é uma coisa objetiva para que as pessoas possam sair daqui mais capacitadas”.

No mesmo sentido, o vereador da Câmara do Porto defende que “a resposta a uma crise destas teria que passar por um projeto destes, de aposta nas pessoas”, uma vez que o Município “não acredita “que os problemas se resolvam atirando dinheiro para cima deles”.

Sublinhando o impacto do programa no tecido empresarial da cidade, Ricardo Valente afirma que “as pessoas que estiveram no curso são, na prática, as pessoas que fazem a cidade todos os dias, que criam a economia da cidade, que nos desafiam todos os dias e um dos nossos grandes desafios é reganhar o Porto como centro económico”. “Para quem é empreendedor na cidade, conte connosco. Nós estamos cá para ser desafiados, para apoiar na medida do possível”, concluiu.