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Regeneração urbana e arquitetura fazem do Porto um exemplo mundial na construção do futuro

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"O Porto faz escola com a sua arquitetura" - é desta forma que a revista de bordo da companhia de aviação Iberia chama à capa da sua última edição uma reportagem sobre a regeneração urbana em curso na cidade. Num trabalho em que convida a "Descobrir o Porto", a publicação aponta a Invicta como "uma das capitais mundiais da arquitetura" e sublinha que é com o saber-fazer nesta especialidade que a cidade está a regenerar a zona oriental, construindo "uma ponte para o futuro".

O trabalho ocupa várias páginas da revista "Ronda" de dezembro, que explica assentar na arquitetura a solução encontrada pelo Porto para restabelecer a ligação da cidade com a zona oriental, designadamente através da "ambiciosa transformação do seu antigo matadouro municipal num centro de cultura, lazer e negócios".

Essa dimensão de equilibrar o património e o passado com a modernidade e a evolução para uma cidade sustentável é, desde logo, evidente no título "Uma ponte para o futuro" que é complementado na versão inglesa da revista com a expressão "Bridging a gap". E prossegue ao falar de "uma cidade com várias caras, consoante para onde se olhe", em alusão à diversidade e aos contrastes que tornam o Porto único.

As pontes, o casario, os monumentos ou os "gigantes de betão do século passado e a zona de Campanhã sob a sombra do futurista Estádio do Dragão" são alguns dos exemplos apontados, para referir a presença quase despercebida do antigo matadouro que conhecerá uma nova vida através do risco do arquiteto japonês Kengo Kuma. O mesmo - sublinha a publicação - que assinou o recentemente inaugurado museu V&A Dundee, na Escócia, e que assinará também o novo Estádio Olímpico de Tóquio para os jogos de 2020. E porquê este detalhe? Para apontar que o japonês vai trabalhar com o ateliê Ooda Architects de "cinco jovens herdeiros da escola do Porto e de mestres como Álvaro Siza Vieira ou Eduardo Souto de Moura, ambos vencedores do prémio Pritzker".

A revista da Ibéria, que faz ainda alusão a Fernando Távora - "outro dos grandes arquitetos da Escola do Porto" - falou com esses cinco jovens arquitetos e aprofunda a explicação sobre o projeto. Vai ao detalhe do que o complexo idealizado pela Câmara do Porto oferecerá à cidade, à forma como a barreira da VCI será revertida e ao "equilíbrio das contradições" que, também ali, irão mostrar na prática a forma como o Porto está a construir o futuro sem renegar o passado.

"É impossível falar de arquitetura portuguesa sem fazer referência à Escola do Porto", afirma a publicação, que elenca edifícios da "escola do Porto" que tiveram influência no projeto do matadouro: FAUP, Museu de Serralves, Piscina das Marés, Casa de Chá da Boa Nova, SAAL, Casa do Cinema Manoel de Oliveira, Alfândega do Porto, Edifício Burgo e i3S. Porém, cita aqueles jovens arquitetos para frisar que "a Escola do Porto não é o objetivo; antes o ponto de partida". O qual será aproveitado e potenciado, através da obra do matadouro, para construir uma ponte "em sentido literal e também no sentido de conectar a cidade, permitindo a sua expansão" e usando o antigo e o novo para reinventá-la.