Inovação

ReBOOT prolonga vida útil de computadores e ajuda instituições da Rede Social do Município

  • Paulo Alexandre Neves

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A ideia é simples: desmistificar, de uma vez por todas, a dificuldade de reparar e recuperar computadores e dar aos seus utilizadores capacidades e ferramentas necessárias para prolongarem a vida útil dos seus equipamentos informáticos. Mas não se fica por aqui o projeto municipal ReBOOT, lançado em junho: os equipamentos reparados são disponibilizados às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da Rede Social do Município, para que possam utilizá-los nos seus projetos e dar resposta às necessidades específicas que têm.

As sessões de capacitação ReBOOT arrancaram, este mês, na UPTEC – Asprela I. Os participantes não necessitam de ter experiência prévia em reparação de computadores, mas lá vão conseguindo arranjar aquilo que parecia, à primeira vista, impossível de concretizar. Cada um tem, durante a sessão, acesso ao Manual de Reparação ReBOOT e às ferramentas necessárias para efetuar as reparações.

O Município do Porto disponibiliza também três computadores a cada participante para serem reparados, fazendo destas sessões uma experiência teórico-prática onde todos podem sentir o poder da economia circular nas suas próprias mãos. "Cada vez mais temos de estar envolvidos nestes fenómenos, dar um caminho melhor aos equipamentos eletrónicos", sublinhou o vice-presidente, durante uma visita a uma das sessões, que decorreu, por estes dias, na UPTEC.

"Conseguimos tirar o medo de reparar"

O projeto ReBOOT arrancou em junho e, até agora, já foi possível recolher 280 equipamentos informáticos, "muitos deles vindos das Águas e Energia do Porto e da Faculdade de Economia", revela Filipe Araújo.

As sessões de capacitação já tiveram mais de 100 participantes e foram efetuados 36 pedidos de equipamentos por parte das IPSS da Rede Social. Até ao final do mês, o Município conta ter disponíveis cerca de 100 equipamentos, totalmente funcionais para poderem ser novamente utilizados.

As sessões são facilitadas por uma startup portuense dedicada à valorização de equipamentos informáticos com um modelo de negócios sustentável do ponto de vista ambiental e social. "Conseguimos tirar o medo de reparar e, quem sabe, reduzir o número de resíduos eletrónicos produzidos na cidade", sublinha João Botelho, da Recycle Geeks.

"Somos uma empresa de economia circular. Este é só um dos passos para que a cidade possa vir a ter uma economia mais circular", acrescenta.

Asprela + Sustentável

As duas próximas sessões do ReBOOT, a realizar ainda durante este mês, já estão totalmente preenchidas, mas ainda há vagas disponíveis para as próximas, através do formulário disponível no site do programa.

Sob o lema "Repara o teu computador. Transforma o mundo", o ReBOOT é uma iniciativa do Município do Porto e conta com a colaboração da Porto Digital, European Recycling Platform Portugal, LIPOR, Circular Economy Portugal e da empresa municipal Porto Ambiente, assim como com o apoio da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), da Universidade Portucalense e da UPTEC.

"Este é um projeto importante, abrangido por um outro – o Asprela + Sustentável. Trabalha muito a lógica de reutilização de computadores", sublinha o vereador da Inovação e Transição Digital.

"Ainda há muito a fazer na área da reparabilidade. Como se pode verificar neste projeto não precisamos de ser engenheiros para reparar. O ReBOOT dá uma nova vida aos computadores inutilizados", conclui Filipe Araújo.