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Reabilitação no Cerco também intervém ao nível social e cultural

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Já se iniciaram as obras num dos maiores bairros do Porto, em Campanhã, orçadas em cerca de 20 milhões de euros. Dividida em três fases, a empreitada no Bairro do Cerco contempla a intervenção em todo o edificado e a reconfiguração do espaço público. Trata-se de um verdadeiro Projeto Urbano que, para além da obra física, vai agir ao nível social e cultural.

Em julho deste ano, os moradores do Cerco ficaram a conhecer os pormenores da empreitada de reabilitação e remodelação daquele complexo habitacional. Um passo importante que importava dar, na senda do diálogo que o Município privilegia ter com todos os seus inquilinos, sempre que estão em causa obras de manutenção ou intervenções de grande monta (de que é este caso exemplo).

Mas com efeito, o Projeto Urbano do Bairro do Cerco vai para além da complexa reabilitação do edificado. Isto porque a ambição da Câmara do Porto é cuidar também de quem lá vive, reforçando o espírito comunitário.

Nessa medida, estão na calha "várias ações imateriais", como as denomina o vereador da Habitação e da Coesão Social, Fernando Paulo.

Algumas destas ações já estão em curso através do Contrato Local de Segurança, estabelecido entre o Município do Porto e o Ministério da Administração Interna, em 2016. Um compromisso que promove a cooperação institucional entre a administração central e as autarquias, contando ainda com o envolvimento de instituições e associações locais, em articulação direta entre as forças de segurança locais e nacionais.

Da profunda interação com a comunidade - que tem por objetivos prevenir a delinquência juvenil; reduzir vulnerabilidades sociais; promover a cidadania; e aumentar o sentimento de segurança no bairro - são desenvolvidas ações de cariz cultural, desportivo e também ao nível da saúde.

A título de exemplo, a breve trecho vão iniciar-se aulas de dança abertas à população.

Noutro eixo, está a ser desenvolvido um programa focado na dinamização de ações de promoção do envelhecimento ativo e de inclusão social. O investimento situa-se nos 5 milhões de euros.

Paralelamente, está em projeto a criação do "Espaço para Todos", embora a designação ainda seja provisória. "As instalações ficarão localizadas num antigo clube desportivo do bairro que vamos reconverter. Será o espaço de encontro e de partilha, a partir do qual vamos dinamizar ações de envolvimento com a comunidade", anuncia Fernando Paulo.

Neste plano de intervenção social abrangente, não serão, com efeito, descuradas as instituições sediadas no interior do Cerco do Porto. É o caso da Associação Portuguesa de Deficientes, que verá as suas instalações serem requalificadas pela Câmara.

Sabendo que neste complexo habitacional vive uma grande comunidade de etnia cigana, o Município está também atento à necessidade de oferta de respostas sociais diferenciadas. Neste momento, avança o vereador, "já foi realizada uma candidatura para mediadores culturais", enquanto agentes facilitadores da integração das comunidades migrantes e das comunidades ciganas.

De igual modo, o diálogo entre a autarquia e o Alto Comissariado da Emigração e das Minorias Étnicas está estabelecido. "Manifestámos recentemente o interesse em avançar com a elaboração de um plano municipal", informou.

Todas estas ações materiais e imateriais, desencadeadas pela Câmara do Porto, vão convergir para a regeneração do Bairro do Cerco. Mais ainda, quando se somam outros importantes projetos assumidos por outras entidades: a ARS Norte - Administração Regional de Saúde do Norte já lançou o concurso para a construção do novo centro de saúde, sendo expectável que, ainda este ano, a obra possa arrancar.

Pode ler a reportagem completa na última edição do jornal Porto.