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Rastreio a todos os lares do Porto está a terminar e já testou quase 5 mil pessoas (todos os utentes e todos os funcionários de 87 lares)

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Pavilhão também poderá receber idoso caso seja necessário

Nuno Nogueira Santos

Até ao final desta semana, todos os lares de idosos, de pessoas com deficiência e centros de acolhimento de cidadãos sem-abrigo da cidade do Porto (oficiais, informais, legais ou ilegais) terão sido totalmente rastreados, o que inclui todos os utentes e todos os funcionários destas estruturas. Ao todo, a cidade já testou neste programa 4.554 pessoas de 87 instituições, por iniciativa da Câmara do Porto, com o apoio dos hospitais e centros de saúde e de uma fundação privada que ofereceu à autarquia os kits de teste.

No segmento dos lares da terceira idade já foram cobertas 67 unidades, totalizando 3.720 pessoas. Já há resultados de 3.563 recolhas, 3.454 das quais testaram negativo. 65 testaram positivo, sendo 28 idosos e 37 funcionários dos lares. 25 foram inconclusivos e desses, 19 já repetiram colheita e aguardam novo resultado. A percentagem de infetados ronda, por isso, 1,9% entre o total da população, mas entre os idosos é ainda menor.

Estes resultados representam um sucesso, já que significam que as instituições do Porto se encontram genericamente bem protegidas e cumpriram as regras de confinamento, o que tem protegido os idosos. O lançamento do programa municipal de rastreio ainda em março (foi o primeiro no país e é o único que inclui toda a população dos lares, seja ou não sintomática), ajudou também a criar oportunidades de formação dos lares e de deslocalização de utentes, nos casos em que a instituição deixa de ter condições.

Para a estrutura criada pela Câmara do Porto na Pousada da Juventude foram já transferidas 26 pessoas com teste negativo, onde cumprem, separadamente, quarentena e onde são acompanhadas do ponto de vista dos cuidados básicos de saúde. Esta estrutura permite dar retaguarda às instituições e ter soluções sempre prontas. O Batalhão de Sapadores de Bombeiros asseguram o transporte em situação de segurança.

Relativamente aos lares de pessoas com deficiência, sem-abrigo ou com HIV, foram testadas 20 unidades, totalizando 839 pessoas. Dessas, existem resultados laboratoriais de 571 recolhas e apenas um apresenta resultado positivo, uma funcionária que já se encontrava em confinamento em casa há algum tempo.

Até sexta-feira, todos os lares, em todos os segmentos, na zona oriental da cidade estarão testados, ficando apenas uma instituição por testar até segunda-feira na zona ocidental da cidade, terminando-se, desta forma, o primeiro, mais completo e sistemático rastreio a lares do País, num total de mais de 5 mil pessoas em situação de vulnerabilidade.

Alguns dos doentes com Covid-19 identificados neste mega-rastreio, cuja iniciativa pertenceu à Câmara do Porto, encontram-se internados no Hospital de Campanha Porto. montado no SuperBock Arena - Pavilhão Rosa Mota, que neste momento acolhe já cerca de duas dezenas de infetados, para lá encaminhados pelos dois centros hospitalares do Porto.

A ideia da Câmara do Porto, lançada no final de março, contou com a validação e colaboração dos dois centros hospitalares universitários do Porto e dos dois Agrupamentos de Centros de Saúde da cidade. Os kits de testes foram cedidos pela Fundação Fosun e pela Gestifute do empresário Jorge Mendes.