Cultura

Público volta a encher teatros na 6.ª edição dos Dias da Dança

  • Paulo Alexandre Neves

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Nove dias de espetáculos, muito deles com lotação esgotada, e um público ávido de acesso à cultura, nomeadamente aos muitos estilos de dança contemporânea. Eis o primeiro balanço, feito nesta quarta-feira, pela organização do DDD – Festival Dias da Dança, que decorre até dia 1 de maio, nos vários teatros do Porto, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.

“Esta edição é muito especial. Marca o reencontro do público com um festival e os seus artistas. Foi, por isso, uma semana muito intensa, proporcionando bons espetáculos”, afirmou o diretor artístico do Teatro Municipal do Porto, Tiago Guedes, durante um encontro informal com a comunicação social e presenciado por alguns artistas presentes no festival.

Depois do espetáculo de abertura no Teatro Municipal Rivoli – “Pantera”, de Clara Andermatt e João Lucas – e que registou casa cheia, o festival prossegue nos próximos dias com mais estreias e novidades.

Hoje à noite, às 22 horas, Luca Argel, Nádia Yracema & António Jorge Gonçalves apresentam, no Coliseu Porto Ageas, "Samba de Guerrilha EM CENA”, um espetáculo que mergulha nas raízes sócio-políticas do samba e que vai contar com interpretação em língua gestual.

Amanhã, dia 28, pelas 19,30 horas, regressa a Portugal Meg Stuart com "Cascade", que conta com cenografia de Philippe Quesne e música de Brendan Dougherty. Um espetáculo que repete sexta-feira, às 22 horas.

Sábado é dia de "Deities Ball", de Nala Revlon & Piny 007, no palco do Rivoli, entre as 17 e as 23 horas. Durante o fim-de-semana, os júris do ballroom – Christopher Saint Laurent, Typhoon Prodigy, Yanou Ninja e Vinii Revlon – vão orientar worskhops no Campus Paulo Cunha e Silva. Os interessados podem inscrever-se por email para dddcampus@agoraporto.pt.

Consulte toda a programação no site do DDD.

“Este festival marca uma fronteira psicológica de acesso à cultura”

Em conversa com o Porto., o diretor do festival confessa estar bastante agradado com a afluência de público. Tiago Guedes fala mesmo de uma fronteira psicológica vencida depois de dois anos de pandemia, que impediram a normal realização dos Dias da Dança.

Esta é uma edição diferente e marcante?
Depois de uma edição que foi cancelada (2020) devido à pandemia, em 2021 ter sido realizada em formato misto (online e presencial), o festival marca este ano, de facto, o reencontro do público com uma iniciativa feita a 100% nos vários teatros do Porto, Gaia e Matosinhos. Marca uma fronteira psicológica de acesso à cultura. O público tem correspondido.

A meio do festival, que balanço já se pode fazer?
Excelente balanço. Já apresentámos 12 espetáculos, programação no espaço público, muita gente a fazer workshops no DDD Campus. Um balanço muito positivo que supera as nossas expetativas.

O que se pode esperar até ao fim do festival?
Muitos e bons espetáculos. Já hoje à noite, no Coliseu, “Samba de Guerrilha em cena”, de Luca Argel e Nádia Yracema, amanhã, dia 28, no palco do Rivoli, a estreia de “Cascade”, de Meg Stuart, e o grande evento dedicado à cultura do ballroom. Cinco dias que restam de festival, com muito entusiasmo e diversidade. Este festival olha para a dança contemporânea mais no sentido do que se está a fazer hoje e não como uma estética específica.