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Próteses inteligentes podem vir a prevenir acidentes cardiovasculares

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Filipa Brito

Inês Gonçalves e Andreia Pereira são duas das investigadoras do Instituto de Investigação e Inovação da Universidade do Porto (i3S) que trabalham no desenvolvimento de "próteses inteligentes" capazes de enviar alertas e prevenir acidentes cardiovasculares. O projeto, financiado em cerca de três milhões de euros pelo Conselho Europeu de Inovação (EIC) Pathfinder Challenge, no âmbito do programa Horizonte Europa, integra mais três parceiros europeus.

Com este projeto, denominado "Blood2Power", pretende-se "diminuir a mortalidade causada por doenças cardiovasculares", que se estima ser de 16,8 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, conforme adianta, em comunicado citado pela Agência Lusa, o i3S. Nesse sentido, a equipa de investigadores vai tentar desenvolver, nos próximos três anos, dispositivos médicos vasculares inteligentes "capazes de enviar alertas antes das falhas se verificarem, permitindo uma intervenção médica precoce e evitando um novo evento cardiovascular".

"Queremos desenvolver a próxima geração de dispositivos médicos vasculares, introduzindo o conceito de próteses vasculares inteligentes com capacidade de gerarem energia e automonitorizarem o seu desempenho", esclarece a investigadora que lidera o projeto, Inês Gonçalves.

Alertas ao sistema de saúde

Caso o desempenho destas novas próteses vasculares diminua, "são enviados alertas ao sistema de saúde", permitindo "uma intervenção médica precoce, antecipando a falha da prótese, por formação de um coágulo, e evitando um novo evento cardiovascular", como um enfarte do miocárdio, acrescenta.

"Será também desenvolvida uma unidade de gestão de energia e sistema 'wireless' miniaturizada e de ultrabaixo consumo, que será acoplada à prótese vascular, permitindo armazenar a energia gerada e recolher e transmitir os dados para um dispositivo externo, como um 'smartphone'", revela, também citada no comunicado, a investigadora Andreia Pereira.

O desempenho da prótese vascular inteligente será posteriormente validado num modelo animal em colaboração com investigadores da Universidade Medica de Viena (Áustria), um dos parceiros do projeto, juntamente com a Universidade de Navarra (Espanha) e o Instituto de Física dos Materiais da Universidade do Porto (IFIMUP).

Além de investigadores, o projeto conta também com um conjunto de consultores clínicos que vão ajudar a desenvolver um dispositivo que responda às necessidades tanto dos pacientes, como dos médicos.