Educação

Projeto quer aumentar o sucesso escolar através da promoção da saúde mental

  • Notícia

    Notícia

#fib_alunos_feup.jpg

Filipa Brito

Promover a saúde mental em contexto escolar, combatendo também dessa forma o insucesso escolar, é a prioridade de uma acção de formação inserida no Projeto Whyschool, que está a decorrer até sexta-feira na Escola Secundária Garcia de Orta.

Dirigida a professores do 3.º ciclo e secundário, a ação teve início nesta quarta-feira, 10 de abril, e representa um avanço no terreno do Whyschool - Promoção da Saúde Mental em Contexto Escolar, que incorpora o Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE) - Trilhos para a Inovação Educativa - Ação/Medida3, desenvolvido no âmbito de uma candidatura ao Norte 2020 pela Área Metropolitana do Porto e envolvendo os respetivos municípios, incluindo o Porto.

Este projeto pressupõe o desenvolvimento de ações de sensibilização e capacitação sobre literacia em saúde mental dirigidas a diferentes intervenientes da comunidade educativa, nomeadamente, professores, técnicos superiores de psicologia e pais (via associações de pais). A sessão de abertura desta quarta-feira contou com a participação do vereador da Educação da Câmara do Porto, Fernando Paulo, e do presidente da Área Metropolitana do Porto, Lino Ferreira, entre outros.

O Whyschool tem como finalidade contribuir para a diminuição do insucesso escolar através da promoção da saúde mental e prevenção da doença nos jovens a partir da intervenção no meio escolar e da melhor articulação entre as escolas e a comunidade, incluindo os cuidados de saúde primários, os pais e o município.

As ações são desenvolvidas em diferentes níveis: capacitação dos técnicos dos 17 municípios que integram a AMP, capacitação dos professores dos Agrupamentos de Escola participantes, ações de sensibilização dirigidas a professores, capacitação das equipas de saúde escolar e dos psicólogos escolares, sessões de informação dirigidas aos pais e desenvolvimento de eventos locais - criação de uma rede municipal e/ou reforço de sinergias locais.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, em todo o mundo, cerca de 20% das crianças e adolescentes revelam perturbações mentais. Para além de uma prevalência elevada, as perturbações mentais na infância e adolescência apresentam ainda níveis elevados de persistência e constituem um dos principais preditores dos problemas de saúde mental na idade adulta.

A literatura refere que os problemas de saúde mental podem ter efeitos muito prejudiciais no desenvolvimento social, intelectual e emocional das crianças e jovens e, consequentemente, impacto no desempenho escolar, havendo um maior risco de apresentarem problemas disciplinares, absentismo, retenção, abandono escolar, delinquência, dificuldades relacionais com os pares e com os professores.

De acordo com os resultados do estudo Health Behaviour in School-aged Children realizado em Portugal (HBSC/PT, 2018), em colaboração com a OMS e que pretende estudar os estilos de vida e os comportamentos dos adolescentes, a saúde mental continua a ser um assunto pouco esclarecido, com os jovens a apresentarem sintomas de mal-estar, por vezes mesmo tristeza extrema, desregulação emocional, preocupações intensas e invasivas.

O projeto tem a duração de 24 meses, tendo iniciado neste ano letivo, com continuidade no próximo.