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Projeto Orgânico do Porto atinge as mil toneladas recolhidas em apenas um ano

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Filipa Brito

Lançado em abril de 2021, o projeto pioneiro de recolha de orgânicos da empresa municipal Porto Ambiente, acaba de alcançar as 1000 toneladas recolhidas, sendo um grande impulsionador da economia circular, através da valorização destes resíduos em composto devolvido aos solos para enriquecimento dos mesmos. É fruto do envolvimento de 26500 famílias que contam, para o efeito, com mais de 400 contentores de proximidade. As recolhas ultrapassam as 100 toneladas por mês.

A expansão do Porto Orgânico, que se prevê que abranja praticamente toda a cidade até ao final de 2023 e englobe, já este ano, o alargamento da rede de contentores para cerca de 650, tem constituído um forte estímulo à recolha seletiva de resíduos, contribuindo para o crescimento progressivo da taxa de reciclagem que, em 2021, foi de 39,26%, superando a meta de 31%, com os portuenses a enviar menos duas mil toneladas de resíduos para o indiferenciado.

A estratégia seguida para a gestão destes resíduos assenta, prioritariamente, na redução e no combate ao desperdício alimentar, através de iniciativas com vista à redução de excedentes como “Dose certa”, ou do “Embrulha”, com a disponibilização gratuita de embalagens biodegradáveis aos restaurantes, possibilitando aos clientes levar as sobras das suas refeições para casa.

Por outro lado, o Município do Porto aposta também em soluções de tratamento local de biorresíduos, tais como a compostagem caseira (tendo sido entregues mais de 2 mil compositores) e comunitária, com evidentes vantagens de redução de custos e de impactos ambientais associados a soluções de tratamento centralizado.

Atualmente, e desde o verão de 2021, existem duas unidades em agrupamentos habitacionais (junto ao Parque Infantil do Amial e na Praça do Cávado, em Paranhos), e que envolvem já mais de 120 famílias, apoiadas por técnicos da Lipor, no processo de compostagem aplicado para obtenção de composto orgânico 100% natural, que pode ser aplicado nas suas hortas/ casas.

A expansão da recolha seletiva de biorresíduos é, e continuará a ser, uma aposta estratégica da Porto Ambiente, fulcral para a promoção da economia circular e para alcançar a meta da neutralidade carbónica na cidade, em linha com os desafios do Pacto do Porto para o Clima, que a empresa municipal recentemente subscreveu.

Recorde-se que a recolha seletiva de orgânicos no Porto teve início há mais de uma década, em 2006, no setor não doméstico - em restaurantes, hotéis, cantinas e supermercados com resultados muito positivos. Atualmente, este sistema conta com mais de 1200 aderentes.

Já em 2018, foi implementada a recolha seletiva porta a porta numa área da cidade constituída por habitações unifamiliares, com recolha de papel, vidro, embalagens/metal e também de resíduos orgânicos. São já praticamente duas mil famílias aderentes, com um total de 800 tneladas por ano de recolha seletiva.

Figuras públicas ajudam a passar a mensagem

Considerando a importância de ajudar a mudar mentalidades e influenciar comportamentos, várias figuras públicas aderiram a esta causa, incentivando os portuenses a participar neste projeto.

Ana Bravo, Miguel Araújo, Rui Paula, Sónia Araújo e Joana Freitas são algumas das personalidades que dão a cara por esta iniciativa sustentável, demonstrando que a mudança começa nas nossas casas, nos pequenos gestos do dia a dia.