Urbanismo

Projeto de habitação em Lordelo do Ouro é oportunidade para unificar o Parque da Pasteleira

  • Isabel Moreira da Silva

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A Câmara do Porto está a iniciar estudos para a unificação do Parque da Pasteleira. A informação foi revelada esta manhã, pelo vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, a propósito da aprovação dos prémios aos vencedores dos concursos lançados para o projeto de habitação acessível em Lordelo do Ouro, onde o município pretende investir cerca de 44 milhões de euros, numa operação que vai muito além da construção de cinco edifícios de habitação e que propõe a regeneração urbanística de todo aquele enclave entre os bairros municipais de Pinheiro Torres e da Mouteira.

“Estamos a iniciar um estudo para esta área, que passa pela eliminação da Rua Afonso de Paiva, aquela que fraciona o Parque da Pasteleira em duas metades, se quisermos, com aquelas três pontes de madeira. A solução urbana que se está a estudar passa pela eliminação desse arruamento e pelo prolongamento da Alameda do Fluvial até à Rua de Bartolomeu Velho, criando dessa forma um eixo de penetração desde a marginal fluvial até às imediações da Casa de Serralves”, informou o vereador, na reunião de Executivo Municipal em que foi aprovada por unanimidade a atribuição dos prémios aos projetos dos jovens arquitetos vencedores dos concursos para o projeto de habitação acessível em Lordelo do Ouro, entre um total de 74 sugestões apresentadas.

Numa reunião em que, aliás, imperou o consenso – com todas as propostas da agenda de trabalhos bem como todas as propostas de recomendação a serem aprovadas por unanimidade – Pedro Baganha sublinhou que esta é também “uma oportunidade para a reformulação urbana de todo o território imediatamente a poente da área onde vai nascer o projeto de habitação em Lordelo do Ouro”, para onde está prevista a construção de cerca de 320 fogos, a maioria a preços acessíveis.

Esta solução permitirá, segundo o responsável pelo Pelouro do Urbanismo, “repor a integridade do Parque da Pasteleira, que passará a ser um só parque unificado, e a materialização de um verdadeiro corredor ecológico, entre a marginal fluvial e a Quinta de Serralves e a Avenida do Marechal Gomes da Costa, permeabilizando ao mesmo tempo o Bairro da Pasteleira Nova, que deixará de ser caraterizado por dois becos sem saída e passará a estar efetivamente integrado na malha urbana da cidade”, detalhou ainda.

Projeto de Lordelo agrada à Oposição

O projeto de habitação de Lordelo do Ouro corresponde ao maior concurso público promovido pela Câmara do Porto nas últimas décadas, uma vez que atribui uma soma superior a 1,5 milhões de euros em honorários aos vencedores.

Mais de 660 mil euros serão entregues aos premiados no concurso relativo à construção dos três edifícios (A, B e C), nomeadamente os jovens arquitetos Francisco António Pinto, Maria Eduarda Penha Souto de Moura e Francisco Afonso de Pina Cabral, que apresentaram o projeto em conjunto. Já no procedimento concursal relativo à construção dos restantes dois edifícios (D e F), a Câmara vai entregar um montante superior a 500 mil euros, ao projeto da dupla de arquitetos Filipe Madeira e Vânia Saraiva, que se sagrou vencedora neste módulo. E, ainda, estão destinados cerca de 464 mil euros para o projeto eleito pelo júri do concurso para obras de urbanização, apresentado em equipa pelo trio de arquitetos João Castelo Branco, Benedita Silva Pinto e Jorge Miguel Hugo Magalhães.

Com elogios à forma “muito competente como o senhor vereador Pedro Baganha conduziu todo este processo”, o vereador do PS Manuel Pizarro salientou que “aquela zona da cidade precisa manifestamente desta intervenção pública”. “O caminho que aqui é traçado é mais lento do que desejaríamos”, referiu, mas isso não impedirá o voto favorável dos socialistas: “É um caminho que nos parece sólido e muito construtivo. Votaremos, naturalmente, a favor da proposta”.

Pela CDU, a vereadora Ilda Figueiredo considerou “positivo todo um trabalho que procura reformular aquela zona, que procura dar respostas no plano habitacional, seja criando nova habitação, seja também melhorando as condições e a qualidade de vida de quem ali vive, já com a reformulação que é apontada para as envolventes, para bairros e para zonas que nalguns casos estão bastante fechados”.

“A abertura que me parece estar aqui ensejada, naquilo que foi dito pelo senhor vereador Pedro Baganha, parece-me positiva. Voto a favor desta classificação e desta atribuição dos prémios, mas reservo a posição da CDU em relação a tudo quanto foi dito para quando tivermos propostas concretas e as tivermos que votar e decidir”, esclareceu Ilda Figueiredo.

O vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, responsável pelo pelouro da Inovação e Ambiente, quis também destacar a qualidade dos projetos e “a importância que têm no arranjo destes espaços públicos e na criação de novos arruamentos”.

O responsável municipal deixou ainda uma observação que lhe pareceu pertinente. “Estamos a falar de projetos que estavam há muito pensados mas que nunca saíram da gaveta”, afirmou. “Esta forma de olhar para aquele espaço é muito a mentalidade que está refletida no novo PDM, de aposta em contínuos verdes urbanos”, reforçou Filipe Araújo.