Sociedade

"Projecto de governação da cidade livre e independente está aberto a todos"

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Filipa Brito

Perante Marcelo Rebelo de Sousa, durante a cerimónia de abertura da Feira do Livro do Porto, Rui Moreira deixou hoje claro o cumprimento do seu programa eleitoral quanto a pilares como cultura, economia e coesão social e lembrou a independência e liberdade do projecto de governação da cidade, que diz estar "aberto a todos".

Presidente da República e presidente da Câmara do Porto
participaram hoje na abertura da Feira do Livro do Porto, que até dia 18 estará
patente nos Jardins do Palácio de Cristal, todos os dias e com entrada livre. O
certame, cuja organização foi assumida, desde 2014, pela autarquia foi
classificado por Rui Moreira como um sucesso, tendo sido apontado pelo autarca
como exemplo do caminho que a Câmara do Porto tem feito na cultura da cidade.


Dirigindo-se a Marcelo Rebelo de Sousa, o presidente da
Câmara lembrou as palavras de Paulo Cunha e Silva, seu vereador desaparecido há
dez meses: "sem cultura não haverá um mundo melhor, porque sem ela as propostas
políticas, por mais bondosas que sejam, são planetas sem constelação, são
células sem organismo". Mas, Rui Moreira acrescentou: "Ora, a palavra escrita,
celebrada nesta feira do livro, é alimento essencial para que esse organismo
sobreviva e se desenvolva".

O Presidente da República realçou o carácter da Feira do Livro do Porto, com a sua diversidade e com o "extraordinário programa cultural", elogiando em particular "a ideia de juntar música aos livros". O programa tinha acabado de ser apresentado pela comissária geral, Maria Bochicchio.


Eleito há menos de três anos, o presidente da Câmara do
Porto voltou a lembrar os pilares da sua candidatura, a cultura, a economia e a
coesão social, para lembrar que todos eles estão presentes no acontecimento que
hoje abriu portas. "A Feira do Livro é um dos mais importantes acontecimentos
da cidade. Pelo seu significado cultural e pelo seu cunho político. Permita-me,
Senhor Presidente, que agradeça a todos que contribuíram para esta realização.
Sem a genialidade de Paulo Cunha e Silva, temos encontrado quem nos ajude",
frisou, antes de agradecer o empenho do Pelouro da Cultura, que assumiu; da
Porto Lazer, que montou a feira; da comissária geral, Maria Bochicchio e "aos
autores, editores, livreiros e alfarrabistas que confiaram em nós para levar a
cabo este evento".


Passando por cima dos diferendos da autarquia com a
associação de editores, que vinham já do anterior mandato, Rui Moreira lembrou
no seu discurso que "nesta feira do livro cabem todos, como sempre o quisemos e
dissemos, e como todos, hoje, já terão entendido", numa clara alusão ao facto
da maioria das editoras estar hoje representada na Feira do Livro, incluindo
algumas das que mais resistiram à nova organização implementada em 2014. "A
decisão política deve ser firme e convicta mas, simultaneamente, agregadora e
inclusiva, evitando o revanchismo, que mais não é que um sentimento de
insegurança do decisor", lembrou.


O autarca lembrou ainda "a dimensão mais lata e de pendor
programático" que a Feira do Livro tem hoje "porque espelha simbolicamente, na
sua essência fundamental, um dos pilares da governação actual do Porto: A
cultura. Mas vai seguramente mais longe, porque combina a cultura com a
economia, outro dos pilares da minha governação; e vai ao terceiro pilar, a
coesão social, também ela patente em várias iniciativas e na fruição, livre,
inclusiva e gratuita de todo o programa cultural desta feira", concluiu.


O discurso de Rui Moreira não terminou, contudo, sem mais
uma afirmação de cariz bem político: "O projecto de governação desta cidade,
livre e independente, inclusivo e a todos aberto - repito: a todos aberto -
partiu da convicção de que a cultura teria de ser um dos pilares da cidade. E,
mais do que isso, o seu cimento. Hoje, mais do que nunca, temos a firme
convicção que é esse o caminho e que estamos nele. Um caminho que passa por
aqui, pela Avenida das Tílias, pelas letras, pelo pensamento, pelos livros".


Esta sexta-feira foram ainda inauguradas por Marcelo Rebelo
de Sousa e Rui Moreira, na Galeria Municipal, as exposições "100 Tesouros
da Biblioteca Pública do Porto" e "Reencontro com Vergílio
Ferreira".


"100 Tesouros da Biblioteca Pública do Porto" tem
curadoria de Fernando Pinto do Amaral e origem numa ideia do antigo vereador da
Cultura da Câmara do Porto, Paulo Cunha e Silva, e está organizada em 12
núcleos temáticos e cronológicos que dão a conhecer várias obras impressas
daquela biblioteca.


A mostra "Reencontro com Vergílio Ferreira -
testemunhos e perspetivas no centenário do escritor" propõe um percurso
pela criação literária do autor de "Para sempre" e "Até ao
fim", com curadoria de Maria Bochicchio e Isaque Ferreira.


Esta edição homenageia o escritor Mário Cláudio (amanhã, às17 horas será a cerimónia de atribuição de uma tília ao autor) e apresenta uma
intensa programação cultural e de animação que inclui debates, cinema, spoken
word, exposições, música, espetáculos e atividades para a infância e juventude,
em que participam nomes fundamentais da literatura e da cultura contemporânea.


Quanto aos debates, o primeiro, marcado também para amanhã,
sábado, às 17,45 horas, está a cargo do ministro da Cultura e poeta, Luís
Filipe Castro Mendes, subordinado ao tema "Toda a biografia é um
romance". Também no sábado, vai ser possível assistir à conversa entre o
constitucionalista Gomes Canotilho e a historiadora Maria do Carmo Serén, com
moderação de José Alberto Pinheiro, tudo no auditório da Biblioteca Municipal
Almeida Garrett.


Consulte a programação da Feira do Livro em www.cm-porto.pt/feiradolivro