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Programa Porto Amigo intensifica obras de reabilitação em habitações

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A Câmara do Porto inaugurou hoje mais uma habitação, na zona de Campanhã, que mereceu obras de reabilitação ao abrigo do programa Porto Amigo. O projeto, concretizado em parceria com a Fundação Manuel António da Mota (do grupo Mota Engil), a GAS Porto e a Associação Just a Change, tem, nos últimos meses, intensificado o número de obras concretizadas. Só no próximo ano, estima-se que o número de casas a recuperar neste âmbito ultrapasse as duas dezenas. 

Para o presidente da Câmara, Rui Moreira, é precisamente este o ritmo que se impõe ao programa que, graças ao voluntarismo e à capacidade de envolvimento e intervenção das instituições parceiras, devolve a dignidade a muitas famílias que passam a ter uma habitação recuperada e, principalmente, não são desenraizadas do local onde sempre viveram. Na inauguração desta manhã, uma casa localizada na zona de Campanhã, o morador, portador de deficiência auditiva, explicou que reside no espaço há mais de 50 anos e que, para ele, ter agora a casa de banho dentro de portas é, sem dúvida, a mudança mais significativa.

"É preciso envolver toda a rede social para que se esgote a capacidade do programa", entende o vereador da Habitação e da Ação Social, Fernando Paulo, para quem a renovação do protocolo no âmbito do Porto Amigo reforça "em mais frentes" o poder de resposta do Município face aos problemas de habitação da cidade. "Naturalmente, este é mais um projeto complementar no âmbito de uma política de habitação integrada e intersectorial do município", explicou, dando como exemplo a reabilitação de casas no centro histórico, que está a permitir o regresso de antigos moradores, para além de todo o trabalho executado pela Domus Social, no âmbito da habitação social. "Neste campo, infelizmente, os pedidos de habitação não cessam. Neste momento, temos cerca de 1000 famílias em lista de espera".

Por isso, é com otimismo que Fernando Paulo encara a renovação deste protocolo, que "tem como novidade o reforço dos recursos financeiros e voluntários". Em 2018, acredita que o número de famílias beneficiadas possa situar-se entre as 50 e as 60 e, para tanto, conta com o envolvimento de toda a rede CLASP e das juntas de freguesia. A propósito, marcou presença nesta inauguração o presidente da Junta de Freguesia de Campanhã, Ernesto Santos, que sinalizou esta intervenção ao abrigo do programa. "No fundo, Porto Amigo é também um porto seguro", concluiu.

Parceiros institucionais fazem "balanço muito positivo"

Rui Pedroto, da Fundação Manuel António da Mota, considera o balanço desta parceria francamente positivo. "Desde 2009, mais de 25 casas foram recuperadas". Neste momento, estão mais em fase de recuperação, com o apoio da ONG Just a Change, que reuniu, só para esta intervenção, mais de 100 voluntários da Academia do Porto. Simão Oom, diretor de operações da Just a Change, destacou mesmo o "espírito de voluntariado e compromisso assumido", ressalvando que também se criaram laços de amizade entre os participantes voluntários e os moradores, ao longo dos quatro meses em que decorreram as obras de melhoria. "É agora frequente o Sr. Mário Lapa receber visitas nossas".

Filipe Almeida, dirigente da Comissão Diretiva da Estrutura de Missão Portugal Inovação Social, indicou ainda que a intervenção da plataforma para a prossecução do programa se materializa no financiamento da Just a Change em 70% (recorde-se que a associação é um parceiro recente do Porto Amigo, que, pela sua rede de voluntários, tem capacidade para imprimir um ritmo mais célere às remodelações executadas), ao passo que a Fundação Manuel António da Mota garante os restantes 30%. Neste momento, a Justa a Change tem, sob sua gestão, cerca de 110 mil euros por um período de três anos.

Porto Amigo quer reabilitar mais casas em 2018

As obras de beneficiação hoje inauguradas permitiram, além da melhoria nas condições da habitação, que passou a integrar uma casa de banho no interior, manter o morador no seu meio social, reforçando o sentimento de pertença ao território onde vive.

Mais ações semelhantes estão já em curso noutros pontos da cidade, sendo que, de acordo com Simão Oom, brevemente outra casa na zona das Condominhas, em Lordelo do Ouro, também estará concluída.

O programa Porto Amigo tem como objetivo realizar obras de adaptação em habitações de pessoas com mais de 60 anos e em situação de comprovada carência económica que vivam no concelho do Porto, em habitação não municipal, por forma a melhorar as condições de habitabilidade e mobilidade dos residentes. Recentemente, o projeto passou a integrar também a realização de obras de adaptação em residências de pessoas que integrem no seu agregado familiar cidadãos com grau de incapacidade igual ou superior a 60 por cento.