Sociedade

Programa de Arte Pública para dotar o Porto de um museu contemporâneo ao ar livre

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A Câmara Municipal do Porto apresentou hoje o seu Programa de Arte Pública, com a inauguração do painel "À Cidade", obra de Fernando Lanhas, situada no topo nascente do túnel da Ribeira. Trata-se da primeira obra de um programa que incluirá peças de Rui Chafes, Alberto Carneiro, João Louro, Dalila Gonçalves, entre outros artistas. O objetivo central do programa é dotar o Porto de um museu contemporâneo ao ar livre.

O Programa de Arte Pública é uma iniciativa que se materializará ao longo do mandato com obras de artistas nacionais e internacionais, cujas particularidades artísticas e simbólicas potenciam importantes dinâmicas socioculturais e turísticas.

Um dos objetivos principais passa por dotar o Porto de um museu ao ar livre, cujos conteúdos permitem, através de discursos contemporâneos que interpretam (e interpelam) o contexto onde se inserem, contribuir para a valorização do centro histórico e do património histórico-cultural de diferentes territórios da cidade. Com ele, estabelecer-se-á uma importante relação de complementaridade entre ações de investimento patrimonial, em que se traduz a arte pública, com intervenções de carácter efémero.

"Este programa contribui também para a atratividade e felicidade da cidade", sublinhou o presidente da Câmara, Rui Moreira, durante a apresentação do programa, na Casa do Infante.

"A ideia é que as empresas tenham aqui um contributo social como acontece noutras cidades em todo o mundo. No fundo, trata-se de restituir à cidade uma coisa que já estava feita e precisava de ser exposta", acrescentou.

Tal como reconheceu o vereador da Cultura, Paulo Cunha e Silva, "a cidade é muito rica em arte pública, mas queremos aumentar ainda mais essa riqueza. Este é um programa que apela à responsabilidade social das instituições e empresas, doando uma obra e ficando inscrita no solo da cidade. Assim, também dotamos o centro histórico de obras de arte contemporânea".

"À Cidade" foi a primeira obra de arte a ser inaugurada neste âmbito. Foi doada pela família do pintor Fernando Lanhas, o que deixou os seus descendentes naturalmente orgulhosos. Seguir-se-á o trabalho de João Louro "Highway Panels" e três obras de Dalila Gonçalves da série "Kneaded Memory", que serão instaladas na zona de São Bento.

Até ao final do ano, está ainda a prevista a inauguração de um trabalho de Rui Chafes na Rua das Flores e outro de Alberto Carneiro, no Largo de São Domingos.

Para além das obras, o projeto inclui uma componente editorial que propõe revitalizar dinâmicas culturais em torno de importantes obras existentes na cidade, através da criação de um mapa de arte pública. Aqui se incluirão, por exemplo, obras de escultores nacionais como Henrique Moreira (Praça Carlos Alberto), Cabrita Reis (Avenida da Boavista) e Ângelo de Sousa (Avenida da Boavista) mas também internacionais, como Claes Oldenburg, Juan Muñoz Maria Nordman e Richard Serra (Serralves).