Sociedade

Primavera Sound Porto acabou em grande e já tem data marcada para 2024

  • Paulo Alexandre Neves

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A décima edição do festival Primavera Sound Porto chegou ao fim e a próxima, em 2024, já tem data marcada: de 7 a 9 de junho. A deste ano teve de tudo: mais um dia, muita chuva, concertos que vão ficar na memória – especialmente, os cabeças-de-cartaz Kendrick Lamar, Rosalía, Pet Shop Boys e Blur – sol, sobretudo ontem, dia do fecho, e vontade, sempre renovada, de voltar para novas edições. Um festival diferente, familiar, num espaço mais alargado e que veio para ficar, onde todos puderam, desta vez, andar mais à vontade, de palco para palco, e com muitos motivos de diversão, além dos concertos.

Foram milhares os que, por estes dias, rumaram ao recinto no Parque da Cidade. Segundo a organização, mais de 143 mil nos quatro dias de festival. Uns, pela primeira vez, outros não perderam nenhuma das dez edições, todos vindos da cidade, de Portugal continental e ilhas ou do estrangeiro. Todos à procura de boas sensações e música, de diferentes estilos e gostos. "Não há festival como este", ouviu-se, frequentemente, por entre conversas dispersas.

"O que fizemos foi não tirar nada daquilo que o festival deu até hoje, mas sim acrescentar", sublinhou à Lusa o diretor do Primavera Sound Porto. Um espaço maior permitiu que houvesse mais zonas de casas de banho, bares e restauração. "A aposta [da nova "arrumação" do recinto] é para manter", frisou José Barreiro, acrescentando: "Com todos os percursos criados por esta nova implantação do festival, há muito maior mobilidade".

"Temos consciência que pode melhorar, que tem de melhorar. E também temos consciência que vai melhorar, de certeza absoluta, na próxima edição", adiantou.

Dez edições sempre a inovar

Dez edições, outras tantas histórias, memoráveis concertos, sempre com novidades: Suede, logo na primeira edição, em 2012, The National (em 2014), Patti Smith (2015), PJ Harvey (2016), Justice (2017), Nick Cave and The Bad Seeds (2013, 2018 e 2022) e Interpol (2019). Alguns repetentes, como Rosalía, que já tinha passado pelo Porto, em 2019, e Blur, que fecharam a edição deste ano, mas que já tinham estado por cá em 2013.

Agora, a banda britânica combinou os grandes hits com temas menos óbvios, mas sempre a agarrar o muito público que enchia a zona do palco Porto. Mas a música começou a ouvir-se bem cedo, com os Wolf Manhattan no palco principal. Por ali também passaram Yard Act, Sparks e Halsey.

Já o palco Vodafone acolheu os concertos de Unsafe Space Garden, Israel Fernández y Diego del Morao, Karate, New Order (interrompido por questões técnicas) e Unwound enquanto no Super Bock passaram Isa Leen, Nation of Language, Yves Tumor e Marina Herlop, e pelo Plenitude Pup, Flowerovlove, Julia Holter, OFF! E Drain Gang. Já no Bits atuaram Chima Isaaro, Isabella Lovestory, Verraco, Nick León e Daphni.

Um festival para todos

O bom tempo que se fez sentir, este sábado, permitiu a muitas famílias gozarem dos espaços adjacentes aos palcos. Um "outro" festival antes mesmo dos concertos, sobretudo, na zona do "Family Garden Porto.", da responsabilidade da Câmara do Porto. Um espaço dedicado ao encontro de famílias e amigos, vocacionado para um público infanto-juvenil, dispondo de fraldário e berçário, e partilhado pelas empresas municipais, com diversas iniciativas.

Por exemplo, a Domus Social apresentou "O Porto é o nosso bairro". As crianças eram convidadas a conhecer os 50 bairros da cidade, representados num livro para ilustrar bilingue (português/inglês), com breves descrições de cada um dos complexos habitacionais. Cada criança poderia colori-lo ou criar a sua própria obra de arte/pintura. No final, o pequeno artista podia levar o livro e uma pequena caixa de lápis de cor como recordação.

A GO Porto tinha a zona "Constrói o teu Porto", onde os mais novos utilizaram cubos de construção, que também poderiam pintar, para dar forma à sua rua, completando-a com elementos-chave para a embelezarem, como árvores, iluminação, pontes, edifícios, autocarros e muito mais.

Já a Porto Ambiente criou jogos que promoviam um conhecimento sobre as diferentes dimensões da sustentabilidade ambiental para miúdos e graúdos. No espaço "Vamos colorir o ambiente (e os céus)" destaque para a presença da mascote “O Cascas” (ou o "Bananas", como algumas crianças chamavam) e que as levava a entrar no mundo da reciclagem com o jogo “A Roda da Reciclagem”: uma espécie de roda da sorte que promovia a correta separação dos resíduos, de forma lúdica e divertida. Havia também livros para colorir, com ilustrações das diferentes atividades da Porto Ambiente e com espaço para dar cor à reciclagem, e muitas bolas de sabão a pairar pelo ar.

No Lounge Porto. havia um conjunto de peças de mobiliário exterior, como camas de rede, baloiços, puffs e espreguiçadeiras e duas ativações: "Bebe água do Porto", promovido Águas e Energia do Porto. Um projeto pioneiro em Portugal de incentivo ao consumo da água da torneira. Ali esteve estacionada a mítica mota do projeto, onde era disponibilizada água simples e com sabores.

"Piscinas de bolas Porto", promovida pela Ágora – Cultura e Desporto do Porto, foi dos sítios mais procurados. Um mergulho numa grande piscina de bolas e onde, como alguma sorte e engenho, os mais afortunados ganharam brindes especiais.

Muitas e boas razões para pais e filhos curtirem o Primavera Sound Porto, que, por agora, fecha portas, regressando para o ano, com uma novo cartaz, que a seu tempo será divulgado, e outras ideias de lazer, sempre no local do costume: o Parque da Cidade.