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Marcelo recebido na Câmara

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O Presidente da República (PR) afirmou hoje que, no Porto, "é impossível não acreditar em Portugal", no seu discurso no Salão Nobre dos Paços do Concelho, onde foi recebido por Rui Moreira, presidente da Câmara do Porto.

"Portugal precisa de quem recorde a coragem e a tenacidade dos portugueses", disse, apontando o Porto como uma cidade que "nunca cedeu ao desalento, ao pessimismo, ao derrotismo", o chefe de Estado afirmou ser "essencial" para todos "este sublinhado de virtudes, assumidos sem complexos e com desassombro".

Marcelo Rebelo de Sousa apelou ainda aos portuenses para que "jamais troquem a liberdade, o seu rigor no trabalho, os seus gestos de luta e de coragem por qualquer promessa de sebastianismo político ou económico".

No seu discurso, citando os escritores Sophia de Mello Breyner e Miguel Torga, Marcelo referiu caraterísticas atribuídas às "gentes" do Porto, como "amor à liberdade, exemplo de trabalho e gosto de luta e de combate".

O presidente da Câmara do Porto, na sua intervenção, pediu ao Presidente da República que "lute contra a desigualdade e a injustiça" e defenda uma mudança de mentalidades para "um Portugal menos centralista".

"Com a sua voz e a sua autoridade, peço-lhe que lute contra a desigualdade e injustiça. Erga também a sua voz em defesa de um Portugal menos centralista, um Portugal que deixe enfim respirar os que querem ousar, arriscar, fazer mais e melhor. Estamos a falar de muito mais do que um centralismo de interesses. Estamos a falar de mentalidades e da sua necessária mudança", afirmou o autarca na receção formal na Câmara do Porto.

Rui Moreira alertou ainda que Portugal "está mais assimétrico e, desgraçadamente, mais desigual", porque o país "são todos os portugueses, mas são ainda muito diferentes as condições em que vivem e aquilo a que podem aceder".

"Portugal é plural e diverso e, sabe-o muito como poucos, é muito mais do que o Palácio de Belém e outras sedes de órgãos de soberania. Os portugueses são das cidades, são do litoral e do interior. Os portugueses são os algarvios, são os transmontanos, os minhotos e os portuenses", frisou Moreira.

O autarca sublinhou que hoje "é um dia de festa", e quis transmitir ao 20.º PR a sua "esperança", pedindo a Marcelo Rebelo de Sousa que seja "presidente de todos aqueles que se dizem, com orgulho, portugueses".

"Ao longo do dia, irá sentir que esta cidade, liberal e aberta, tolerante e abrangente, está próxima de si. O Porto saberá sempre acolhê-lo e incitá-lo a continuar na jornada de todos unir", sublinhou.

Depois dos discursos oficiais, o Presidente da República foi à varanda do edifício Municipal, acompanhado por Rui Moreira, onde acenou às centenas de pessoas que aguardavam na Avenida dos Aliados pela sua saída da Câmara.

Ainda no interior da autarquia, foi formalizada a assinatura do livro de honra e o momento da apresentação de cumprimentos pelos participantes da cerimónia no Salão Nobre.

O Chefe de Estado dirigiu-se, depois, para um almoço privado com o presidente da autarquia portuense na Casa do Roseiral.

De tarde, está prevista uma ida à Galeria Municipal do Porto para visitar a exposição "P. - uma homenagem a Paulo Cunha e Silva, por extenso", que abre amanhã, 12 de março, ao público e que homenageia o antigo vereador da Cultura da autarquia.

O dia termina com uma passagem pelo bairro do Cerco, onde irá assistir a uma exibição de hip hop do projeto municipal OUPA! e visitar uma instituição de solidariedade que atua naquele bairro situado na freguesia de Campanhã.

O Presidente da República encerra hoje, no Porto, as cerimónias da sua tomada de posse iniciada na quarta-feira, em Lisboa, sendo esta a primeira vez em que um PR estende ao Porto as formalidades ligadas à sua tomada de posse.