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Presidente da Câmara decreta três dias de luto municipal pela morte de "Homem da tolerância"

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O presidente da Câmara do Porto decretou três dias de luto, a partir de hoje, pela morte de D. António Francisco dos Santos. O Bispo do Porto faleceu ao início desta manhã, subitamente, na Casa Episcopal da diocese.


Para Rui Moreira, a morte do Bispo do Porto "é uma enorme tristeza e uma perda terrível para toda a cidade e toda a enorme Diocese".

Como destaca o autarca, D. António Francisco dos Santos "era uma pessoa jovem e jovial, que tinha com as pessoas uma relação de enorme afetividade. Estava a desenvolver um trabalho extraordinário junto dos mais necessitados".

O presidente destacou a "dimensão humana, religiosa e filosófica" do Bispo, "um filósofo e um homem da tolerância".

"Vai-nos fazer muita falta, para nós que olhamos para a cidade com tanta atenção e valorizamos tanto o papel da Igreja Católica. Temos a certeza que a Igreja Católica continuará a ter este grande empenho pela solidariedade na cidade, mas é uma enorme perda. A cidade merecia ter um Bispo como o Sr. D. António Francisco. Ele esteve cá muito pouco tempo, mas deixa uma obra notável" - declarou Rui Moreira.

Primeiro-ministro envia mensagem de "profundo pesar"

Em mensagem enviada ao presidente da Câmara do Porto, o primeiro-ministro, António Costa, reagiu com "enorme tristeza e profundo pesar" à notícia da morte do Bispo. 

"D. António Francisco dos Santos era uma referência inspiradora que transcende a sua diocese do Porto e é um nome que, pela sua importância, perdurará nas nossas memórias. Era uma personalidade de palavras sábias e sensatas, de uma dimensão que vai além da Igreja Católica. Portugal perde um homem bom que eu apreciava escutar", afirmou o chefe do Governo.

Nomeado Bispo do Porto em fevereiro de 2014, sucedendo a D. Manuel Clemente, D. António Francisco dos Santos foi antes bispo de Aveiro e auxiliar de Braga.

Natural de Tendais, no concelho de Cinfães, foi ordenado padre em dezembro de 1972.

Após os estudos no seminário da sua diocese, licenciou-se em Filosofia na 'École Pratique de Hautes Études Sociales', com mestrado no Instituto Católico de Paris, onde obteve ainda o diploma de Sociologia Religiosa.

Durante os estudos em Paris, foi membro da equipa sacerdotal da Paróquia de São João Batista de Neuilly-sur-Seine, assumindo a responsabilidade pastoral da comunidade portuguesa.

João Paulo II nomeou-o auxiliar de Braga, a 21 de dezembro de 2004; Bento XVI escolheu-o como bispo da Diocese de Aveiro, em setembro de 2006 e tomou posse a 8 de dezembro do mesmo ano.

Na Conferência Episcopal Portuguesa, ocupava o cargo de presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e de vogal da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé.