Urbanismo

Prémio João de Almada reconhece requalificações urbanas na Foz do Douro e Centro Histórico

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A recuperação de uma moradia na Foz do Douro e a requalificação do antigo “Bairro do Silva”, no Centro Histórico, transformado num aparthotel boutique receberam menções honrosas na 20.ª edição do Prémio João de Almada. O júri do concurso que procura incentivar e promover a recuperação do património arquitetónico da cidade decidiu, este ano, não atribuir prémios nas categorias principais.

Reconhecido por unanimidade, o projeto de arquitetura de Pablo Pita Arquitetos e Heim Balp Architekten recuperou o “bairro-ilha” que, erguido no século XIX, albergava os operários que chegavam à cidade. De acordo com os autores, “o processo foi de clarificação e subtração” com a definição de “um novo momento de chegada, corredores de transição, áreas comuns e espaços verdes que substituem o que antes era sinuoso, indefinido e labiríntico”.

Nesta intervenção, o júri sublinhou a “manutenção da escala arquitetónica, a melhoria das condições de habitabilidade e a preservação das caraterísticas arquitetónicas desta tipologia-base, relevante no tecido urbano portuense novecentista”.

Também o trabalho de reabilitação de uma moradia na Foz do Douro mereceu uma menção honrosa nesta edição do Prémio João de Almada. O projeto, da autoria de Nuno Valentim e Rita Furtado, foi distinguido pela “preservação e integração dos elementos arquitetónicos preexistentes na reabilitação funcional, assim como na eliminação de elementos dissonantes existentes no logradouro, requalificando-o enquanto espaço verde”.

Os arquitetos salientam como “foi possível recuperar e integrar inúmeros valores, nomeadamente o sistema construtivo, grande parte da compartimentação e algumas carpintarias originais”.

O Prémio João de Almada é atribuído bienalmente aos melhores exemplo de reabilitação nas categorias Residencial e Não Residencial. Nesta edição, “apesar de reconhecer qualidade em várias das intervenções a concurso”, o júri entendeu que estas não foram “suficientemente criteriosas na salvaguarda da autenticidade de alguns valores patrimoniais caraterizadores da arquitetura portuense, designadamente revestimentos azulejares, estuques decorativos, marcenarias e serralharias tradicionais, entre outros”.