Urbanismo

Prémio João de Almada para recuperação da Casa São Roque e edifício da Rua da Restauração

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Já se encontram apurados os vencedores da 19.ª edição do Prémio João de Almada, instituído pela Câmara do Porto para incentivar e promover a recuperação do património arquitetónico da cidade, galardoando a cada dois anos os melhores exemplos de boas práticas nesta área.

A recuperação da Casa São Roque, da autoria de João Mendes Ribeiro, foi unanimemente considerada pelo júri da 19.ª edição do Prémio João de Almada como a melhor intervenção na categoria “Edifícios Não Residenciais”.

A antiga Casa da Quinta da Lameira, que pertenceu à família Ramos Pinto, é considerada um dos mais notáveis edifícios da zona oriental da cidade do Porto. Encontrava-se num processo de degradação há várias décadas, com perda de valores de carácter patrimonial. Esta intervenção, que reformou a casa e a transformou em Centro de Arte, devolvendo-a à fruição pública, devolveu-lhe também muito do esplendor de outrora.

O júri reconheceu na obra “um particular cuidado na recuperação de todos os valores patrimoniais e na interpretação das tipologias originais, cumprindo exemplarmente os critérios de apreciação arquitetónica previstos no programa de concurso”. Foi também valorizado “o esforço na recuperação de toda a envolvente ajardinada da casa”, reavivando a relação entre o interior e o exterior.

Já na categoria “Edifícios Residenciais”, arrecadou o prémio a reabilitação de um edifício da Rua da Restauração. O projeto assinado pelo arquiteto Eduardo Souto de Moura destacou-se dos demais concorrentes, tendo o júri considerado exemplar esta recuperação.

O edifício na Rua da Restauração, 429, é representativo da casa burguesa da Porto do século XIX e início do século XX, enquadrado numa tipologia fundamental na compreensão da identidade urbana e arquitetónica da cidade. Os jurados destacaram “o cuidado e rigor desta intervenção”, que considerou cumprir “com mérito os parâmetros de avaliação estabelecidos no programa de concurso, designadamente pela sensibilidade e coerência com que são interpretados e recuperados os valores patrimoniais em presença”.

A 19.ª edição do Prémio João de Almada decorreu em pleno contexto pandémico, o que terá ditado a suspensão ou atraso de várias obras de recuperação a decorrer na cidade. Ainda assim, foram admitidas a concurso 14 candidaturas. Após uma seleção prévia dos trabalhos apresentados e visita às respetivas obras, o júri escolheu os vencedores do galardão, uma decisão entretanto aprovada pelo Executivo municipal.

O prémio tem um valor pecuniário de 10 mil euros em cada categoria (“Edifícios Residenciais” e “Edifícios Não Residenciais”), correspondendo 7 mil euros ao arquiteto responsável pelo projeto vencedor e 3 mil euros ao proprietário da obra.

O júri desta edição foi presidido pelo presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e constituído também pelos arquitetos Rodrigo Coelho, em representação da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto; Amândio Dias, representante da Direção Regional de Cultura do Norte; Gabriel Andrade, em representação da Ordem dos Arquitetos – Secção Regional Norte; Miguel Pinto, em representação da Direção Municipal de Urbanismo; Luís Aguiar Branco, representante do Departamento Municipal de Gestão Cultural; e Tiago Figueiredo (Figueiredo + Pena Arquitetos) e Nuno Graça Moura, vencedores da edição anterior do Prémio João de Almada, nas categorias Residencial e Não Residencial, respetivamente, e ainda pelo engenheiro Bento Machado Aires, representando a Ordem dos Engenheiros – Região Norte.

A próxima edição do Prémio João de Almada realizar-se-á em 2023, podendo apresentar-se a concurso as reabilitações concluídas até maio desse ano.