Cultura

Porto/Post/Doc vasculha histórias do cinema em busca de identidades

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A antestreia nacional do filme de Leonor Teles sobre o Porto, uma secção competitiva com 12 filmes de estudantes, a apresentação do resultado de um conjunto de oficinas realizadas nas escolas do Porto, uma extensão de âmbito escolar a Braga e exibições no Planetário são destaques no Porto/Post/Doc deste ano.

O habitual Fórum do Real e a apresentação de nove filmes na competição internacional, na maioria dos casos em estreia nacional e com a presença dos realizadores, integram também a 6.ª edição do evento, que foi hoje apresentada no Teatro Municipal do Porto - Rivoli e vai decorrer entre 23 de novembro e 1 de dezembro.

Dario Oliveira e Sérgio Gomes, da direção do festival, e Guilherme Blanc, em representação da Câmara do Porto, que coproduz o evento, explicaram os detalhes de um programa que "vai explorar as questões identitárias" nas diferentes vertentes tão atuais como género, raça, território, etc., tentando descortinar respostas para dúvidas sobre o que nos define individual e coletivamente e proporcionando encontros com a diferença.

O festival, que recupera o forte pendor documental que está na sua génese e a ligação à produção nacional, propõe nove dias de filmes, conversas, debates, encontros com realizadores e outras iniciativas, incluindo as restantes secções já habituais. O programa funcionará simultaneamente como montra da produção cinematográfica e também do trabalho que o próprio Porto/Post/Doc vem fazendo para criar maior conhecimento e gosto pelo cinema, num certo contraponto às criações hollywoodescas. No entanto, "não queremos viciar ninguém em cinema; queremos que amem o cinema", declarou Dario Oliveira.

Nessa linha, aliás, é disponibilizado o Bilhete Família por 5 euros (dois adultos e duas crianças) e haverá uma exposição para dar a conhecer o resultado das 40 oficinas realizadas em escolas da cidade, evidenciando assim uma das vertentes do projeto educativo que o festival quer fazer crescer.

Antestreia nacional de "Cães que ladram aos pássaros" 

Na programação, um dos pontos altos é a antestreia nacional de "Cães que ladram aos pássaros", o filme que Leonor Teles realizou sobre a cidade do Porto e a convite da Câmara, que foi apresentado com enorme sucesso no Festival de Veneza e é agora sério candidato a "Melhor Curta Metragem 2019" pela Academia Europeia de Cinema.

Conforme recordou Guilherme Blanc, este foi já o terceiro filme que a Câmara do Porto comissariou no âmbito do programa Cultura em Expansão, depois de "Russa" - que João Salaviza e Ricardo Alves Jr. foram estrear ao Festival de Cinema de Berlim, no ano passado - e de "Ubi Sunt" de Salomé Lamas, em 2016, curiosamente poucos dias após vencer o Porto/Post/Doc desse ano.

Realce-se, por outro lado, a secção competitiva Cinema Novo, com 12 filmes realizados por estudantes portugueses ou estudantes de instituições portuguesas de ensino superior, e os focos nos realizadores Audrius Stonys e Ute Aurand. Outros capítulos desta edição são os três painéis do Fórum do Real apontados à questão das identidades ("Da terra", "Da Imagem" e "Do Pensamento"), o regresso da seleção Highlights, que apresenta grandes narrativas realizadas por cineastas de renome e homenageia grandes figuras do cinema e da música, como Leonard Cohen ou Zé Pedro dos Xutos & Pontapés, e ainda a Transmission especificamente direcionada para os melómanos, com referências ao compositor Ryuichi Sakamoto e a bandas como Joy Division, New Order, Suede ou Black Bombaim.

Tudo ao pormenor está já no site do Porto/Post/Doc.