Cultura

Porto, universo de literatura, tem uma história para contar em cada rua

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É um “extraordinário universo literário” que o Porto tem para contar. Com propostas de conteúdos e roteiros, o “Porto Literário” são seis livros que oferecem um mapa e uma narrativa cujas personagens principais são os autores e obras, as suas casas, topónimos, estatuária e locais emblemáticos, assim como alfarrabistas, livrarias e cafés literários que escrevem as páginas da cidade. Projeto do jornal Público, em parceria com a editora A Bela e o Monstro, conta com o apoio do Museu e Bibliotecas Municipais do Porto e abriu o primeiro capítulo naquele que, por estes dias, é o lugar de todos os livros: a Feira do Livro do Porto.

Sublinhando a “relação antiga e profunda do Porto com os livros”, cidade onde “nasceram ou viveram grandes vultos da literatura portuguesa”, e cuja “atividade editorial e livreira encerra uma longa tradição”, o presidente da Câmara enalteceu a iniciativa de criar um projeto “que se propõe revisitar o extraordinário universo literário do Porto”.

“Aqui nasceram algumas das livrarias e alfarrabistas mais icónicos do país, que fizeram do Porto uma cidade de culto para leitores e bibliófilos”, lembrou Rui Moreira.

Mais além da relação – intelectual, emocional e física – com os livros, o autarca acredita que “o fascínio bibliófilo advém ainda das relações que se estabelecem com os livreiros, essas personagens luminosas que, como escreveu Manuel Alegre, entregam o seu coração em cada livro” responsáveis por tornam as livrarias – as históricas e as mais modernas – “espaços de cultura, mais do que comércio”.

Para Rui Moreira, o “Porto Literário” vai ajudar “a preservar as memórias da relação da cidade com os livros”, assim como a “promover o atual ecossistema literário, editorial e livreiro do Porto”.

A apresentação do projeto, cujos livros vão ser distribuídos com o Público a partir de 12 de setembro, teve, ainda, direito a uma pequena viagem pela “Invicta fonte de inspiração”, como lhe chamou a administradora executiva do jornal. Para Cristina Soares, “promover a memória coletiva e cultural é, também, um papel ativo de cidadania do Público”.

O “Porto Literário” era, defende Jorge Sobrado, “um daqueles projetos óbvios”. E o arranque pelo Porto dos alfarrabistas assume-se uma “forma de fazer justiça aos guardiães do livro”, assim como do “património da cidade”. “Os alfarrabistas conferem uma aura de encantamento”, acredita o diretor do Museu e das Bibliotecas Municipais, certo de que “o Porto literário continua vivo e, diria, expansivo. Estamos a voltar aos livros”.

O editor do projeto, João Pinto de Sousa, assume a importância de que “os livros cheguem às pessoas”. “A nossa missão é seduzir o leitor. Editar é tornar deliciosa a leitura”, partilha, com a certeza de que “partilhar conhecimento só pode dar frutos”.

Na perspetiva do curador do “Porto Literário”, a coleção “não é para leitores empedernidos, que leem por natureza, mas para os que ainda não leem, para ajudar a descobrir a literatura”. Luís Gomes sublinha que “o Porto sempre foi uma cidade mais culta, que sempre leu mais, sempre valorizou mais os seus autores”.

E acrescentou a crença de que “esta atmosfera da cidade será propícia a um pensamento que leva à escrita, mais do que outros sítios. O Porto tem uma atmosfera especial”.