Proteção Civil

Porto terá novo hospital dentro de poucos dias para combater COVID-19

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O SuperBock Arena / Pavilhão Rosa Mota vai ser, dentro de pouco mais de uma semana, o primeiro hospital especial para combater a epidemia de Covid-19 montado no Porto. Os trabalhos começaram hoje em força e a unidade, que servirá de retaguarda aos Centros Hospitalares de São João e Universitário do Porto (Santo António), estarão terminados na próxima semana, podendo receber de imediato os primeiros doentes se para tal houver necessidade.

As instalações e camas deste "Hospital Porto." estão a ser montadas pela Câmara do Porto com o apoio do Exército Português, destinando-se a receber doentes infetados com Covid-19 mas assintomáticos ou com sintomas ligeiros sem possibilidade de isolamento no domicílio. Poderão ser também usadas por doentes infetados e com necessidade de cuidados médicos devido a outras patologias. Servirão ainda para acolher doentes em fase de convalescença, após infeção por Covid-19.

A Câmara do Porto, com o Centro Hospitalar Universitário do Porto e o Centro Hospitalar de São João, são responsáveis pela logística e o Conselho Regional da Ordem dos Médicos ficará a seu cargo com a gestão hospitalar desta unidade que oferece condições excelentes relativamente aos normais hospitais de campanha.

Esta transformação do SuperBock Arena / Pavilhão Rosa Mota num hospital, em tempo recorde, permitirá aliviar a pressão sobre os dois principais hospitais públicos da cidade que têm estado na primeira linha de atuação à doença. A operação é possível graças à disponibilização do pavilhão por parte da Círculo de Cristal, concessionário do espaço recentemente reabilitado, após concurso lançado pela Câmara do Porto.

Inicialmente, o pavilhão estava reservado pelo Município para ser um dos centros de acolhimento dos idosos que tenham de ser deslocalizados dos lares da cidade que desde domingo estão a ser testados de forma sistemática. Contudo, a Diocese do Porto disponibilizou, entretanto, o Seminário de Vilar para esse efeito, que conjuntamente com a Pousada da Juventude, será suficiente para cumprir o programa de isolamento após os rastreios.

Na Pousada da Juventude e no Seminário, a Câmara do Porto conseguirá não apenas garantir melhor isolamento e conforto aos idosos que testem negativo para Covid-19, como liberta o Pavilhão instalado nos Jardins do Palácio de Cristal para a instalação de 300 camas hospitalares e poucos minutos do Hospital de Santo António.

Ontem chegaram a Portugal cinco mil kits de testes para Covid-19, oferecidos pela Fundação Fusun e pela Gestifute à Câmara do Porto, que irão dotar o Sistema Nacional de Saúde de mais capacidade para testar os cidadãos. Nos próximos dias chegarão ao Porto os primeiros de 50 ventiladores comprados pelo Município numa empresa tecnológica de Shenzhen (China), cidade geminada com o Porto, e que terão como destino os hospitais de São João e de Santo António. No âmbito da colaboração estabelecida com a Câmara de Cascais, cinco desses ventiladores seguirão para o hospital daquela cidade.

Em curso estão outras doações de material de proteção médica, oriundos de diversos empresários chineses no âmbito da colaboração estreita que a Câmara liderada por Rui Moreira mantêm com cidades geminadas com o Porto como Shenzhen, Xangai e Macau.

ÚNICO RASTREIO SISTEMÁTICO A LARES DE IDOSOS É NO PORTO E ENTRA HOJE NO TERCEIRO DIA

A Câmara do Porto foi a primeira entidade e até agora a única em Portugal a lançar um programa de rastreio sistemático a todos os idosos institucionalizados em lares e residências, bem como a todos os seus cuidadores, lançando o desafio ao Hospital de São João e ao Centro Hospitalar Universitário do Porto, e contando com a colaboração dos Agrupamentos de Centros de Saúde da cidade.

Até ao momento já foram testados centenas de utentes, devendo o rastreio ficar completo em poucos dias. A ideia da autarquia cumpre a máxima "testar, isolar e tratar" enunciado pela Organização Mundial de Saúde, distingue-se de outros rastreios por testar todos os utentes e não apenas grupos de risco ou sintomáticos, e por incluir todos os lares da cidade, numa população estimada em cerca de três mil pessoas, o que inclui os funcionários das instituições.

A ideia da autarquia foi possível graças aos cinco mil testes oferecidos pela Fundação Fosun e pela Gestifute à Câmara do Porto e não se limita a testar. Em simultâneo, são estabelecidos protocolos de contingência para cada lar é dada formação para evitar contágio e caso se encontrem utentes que testem positivos e outros negativos, os utentes serão deslocalizados para espaços adequados preparados pela Câmara na Pousada da Juventude e no Seminário de Vilar, onde existem condições para cumprirem quarentena com conforto e assistência adequada.

A autarquia pretende, desta forma, nunca deixar sem resposta nenhum caso de lares onde exista infeção e muito menos deixará os idosos sem a assistência adequada ou em espera. Com este inédito rastreio sistemático - sem paralelo no país - e com a retaguarda que foi previamente preparada, pretende garantir que se salvarão o maior número de vidas entre esta população especialmente vulnerável existente nos lares do Porto, dando mais dignidade a todo o processo.

A montagem do Hospital Porto. garante também que, a partir da próxima semana, alguns dos idosos que testem positivo poderão ali ser acompanhados, caso seja essa a decisão clínica dos hospitais e autoridades de saúde.

RASTREIO À RESTANTE POPULAÇÃO

No Queimódromo está também a funcionar há duas semanas o primeiro centro móvel de rastreio de Covid-19 lançado em Portugal. Numa parceria da Câmara do Porto com a Unilabs e a ARS Norte, já foi possível realizar milhares de testes que fazem da cidade e da região as mais testadas e as que melhor oferta apresentam ao serviço nacional de saúde para diagnóstico da doença. Os utentes que sejam portadores de requisição do SNS e que sejam especificamente chamados aquele centro móvel não terão qualquer custo associado.

Este centro de rastreio móvel junta-se à oferta pública existente nos hospitais do SNS para onde os utentes também poderão ser encaminhados pela linha Saúde 24. Esta oferta existente no Porto permite que mais doentes infetados com Covid-19 sejam diagnosticados precocemente e, uma vez identificados, possam remeter-se ao isolamento ou ser encaminhados para tratamento. Este fator pode, contudo, dar uma aparente sensação de que existem no Porto mais infetados do que em outros municípios onde, pela menor incidência de testes, poderá o número oficial estar deflacionado.