Política

Porto tem estrutura para a vacinação em larga escala mas são precisas vacinas

  • Isabel Moreira da Silva

  • Notícia

    Notícia

Com capacidade para inocular até 2.000 pessoas por dia, o centro de vacinação drive-thru, instalado Queimódromo, está pronto a arrancar a operação desde fevereiro. Há também uma série de equipamentos, nomeadamente escolas, que o Município do Porto já disponibilizou aos dois Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da cidade para corresponder ao esforço que está a ser pedido pela task force para o aumento da capacidade instalada.

Rui Moreira, que viu nesta segunda-feira aprovado, por unanimidade do Executivo Municipal, o memorando de entendimento estabelecido com o Hospital de São João com vista à instalação do centro de vacinação drive-thru no Queimódromo, informou na mesma reunião que ainda hoje iria reunir com Carlos Nunes, presidente do conselho diretivo da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS Norte), e com o secretário de Estado Eduardo Pinheiro, nomeado pelo Governo para coordenar o plano de combate à Covid-19 na Região Norte.

Horas depois, o telefonema de Carlos Nunes ao presidente da Câmara do Porto deu efetivamente origem a uma reunião presencial, esta tarde, nos Paços do Concelho, também participada pelo vereador da Habitação e Coesão Social, Fernando Paulo.

No encontro, que decorreu na Sala D. Maria, o autarca deu a conhecer ao governante e ao dirigente regional os passos que o Porto tem dado para se preparar para a vacinação em larga escala, que task force e Governo esperam poder acelerar durante os próximos meses, de modo a cumprir o objetivo de ter dois terços da população vacinada até ao fim do verão (haja vacinas a chegar ao país).

A começar pelo centro de vacinação drive-thru, preparado para operar no Queimódromo do Parque da Cidade há sensivelmente dois meses, sendo que a aprovação da proposta desta segunda-feira veio, na verdade, formalizar a estrutura.

Da parte do Município do Porto o esforço inclui o financiamento para a operacionalização do centro, destacou Rui Moreira. Envolve, detalhadamente, assegurar a “logística, operação, organização de fluxo, os técnicos de vacinação e o apoio médico no espaço, com um mínimo de 12 linhas de vacinação”, o que permitirá realizar até 2.000 inoculações por dia, pode ler-se no memorando de entendimento a ser celebrado com o Centro Hospitalar Universitário de São João.

Por seu turno, o Hospital de São João assegura a formação, “no que concerne às dimensões da preparação das doses pelos farmacêuticos e de administração das vacinas e registos nos sistemas de informação pelos enfermeiros, bem como a consultoria no que se refere à vigilância clínica de reações adversas”.

Na reunião, Rui Moreira esclareceu que a estrutura foi criada depois de ter iniciado contactos no sentido de assegurar que a cidade do Porto estivesse munida de uma resposta capaz de corresponder à enorme demanda esperada, a partir do momento em que um grande volume de vacinas chegue à cidade do Porto.

Esta primeira resposta, adiantou, vai por isso funcionar “sem qualquer custo para o SNS”, também com o apoio da UNILABS, e pode ser “replicável ou triplicável”, garantiu o presidente da Câmara do Porto. Recorde-se que Rui Moreira já tinha aberto essa possibilidade, ao referir que para a zona oriental da cidade, se for necessário, pode ser montado um segundo centro de vacinação, também adotando o modelo drive-thru (de carro), no antigo parque de recolha da STCP, e outro na zona central da cidade, nos Jardins do Palácio de Cristal, esse em sistema walk-thru (a pé).

Aliás, o autarca elucidou o secretário de Estado e o presidente da ARS Norte de que as administrações do Hospital de São João e do Hospital de Santo António estão alinhadas com o Município do Porto e que confirmam que o objetivo de vacinação em larga escala “não é alcançável” somente com recurso aos hospitais e aos centros de saúde. Até pelo facto de o atual contexto epidemiológico estar a exigir uma maior capacidade de resposta ao Serviço Nacional de Saúde, e ainda pela razão - não de somenos importância - de ser necessário libertar os ACES, para que se possam focar nos cuidados de saúde primários a prestar aos seus utentes.

Rui Moreira transmitiu ainda que para arrancar com o centro de vacinação drive-thru no Queimódromo apenas necessita da autorização do coordenador da task force, da disponibilização de vacinas e naturalmente da definição das pessoas a vacinar e respetiva listagem e/ou acesso ao sistema. O presidente da Câmara do Porto abre igualmente a possibilidade de a estrutura ser dirigida às pessoas que pretendam tomar a iniciativa de agendar a sua vacina.

Outras estruturas em operação

O presidente da Câmara do Porto descreveu na reunião todas as diligências paralelas que desencadeou por forma a que os dois ACES da cidade tivessem garantidas todas as condições para poderem corresponder ao desafio do plano de vacinação, de acordo com as orientações transmitidas pelo coordenador da task force, vice-almirante Henrique Gouveia e Melo.

Tal passou pela disponibilização de duas escolas municipais ao ACES Porto Ocidental (Escola Básica de António Aroso e Escola EB1 do Sol), por uma tenda de recobro para o ACES Oriental, e ainda pelo apoio no transporte dos munícipes entre a residência e os centros de vacinação em táxi, por apenas 2 euros (quatro euros para viagem de ida e volta).