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Porto recebe investigadores ibero-americanos para refletir sobre a comunicação

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“Comunicação, identidades e diálogo na cidade mediatizada” é o tema central que reúne no Porto especialistas ibero-americanos para a 17.ª edição do congresso IBERCOM. Durante três dias, através de palestras e apresentações de trabalhos académicos, a Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota é o local onde se debate e reflete os “diálogos e as interações das cidades e dos seus ocupantes – uns com os outros e com ela própria – num momento em que o mundo está em transformação”.

“Numa sociedade extremamente mediatizada e em que o conhecimento e a tecnologia são hipervalorizados, a afirmação das cidades passa necessariamente pela sua capacidade de usar as novas plataformas de comunicação e informação”, afirmou o presidente da Câmara do Porto, na sessão de abertura do congresso, na manhã desta quinta-feira.

Para Rui Moreira, “uma cidade que queira garantir qualidade de vida, atrair talento, ser economicamente competitiva e ganhar dimensão internacional tem de criar veículos de comunicação eficazes para dentro e para fora da sua comunidade”, acrescentando que “a comunicação com a comunidade local deve ser inclusiva e mobilizadora socialmente, para que a boa governação pública seja assegurada”.

Congratulando a realização do Congresso Ibero-Americano de Comunicação na cidade, o que “reforça a sua vocação para ser um lugar-charneira de diferentes culturas, mundivisões e modos de ser e de viver”, o presidente da Câmara reforçou como “em colaboração com a comunidade académica e o sistema científico, o Porto é hoje um laboratório vivo para as cidades do futuro”, tendo sido escolhida pela Comissão Europeia para o “100 Intelligent Cities Challenge”.

Estando o Município do Porto “aberto à colaboração com instituições de ensino superior, empresas, associações e outros decisores públicos em soluções de smart cities”, Rui Moreira afirmou na abertura dos trabalhos do IBERCOM que “importa mobilizar os atores locais em torno de modelos de desenvolvimento sustentável e inteligente” e que as tecnologias de informação e comunicação “vieram revolucionar a relação dos decisores políticos com a comunidade, permitindo ganhos de eficiência, qualidade e transparência na gestão pública”.

A presidente da Associação Ibero-Americana de Investigadores de Comunicação (ASSIBERCOM), que organiza o IBERCOM em parceria com o CITCEM – Centro de Investigação Transdisciplinar «Cultura, Espaço e Memória», Unidade de I&D da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP), destacou este como um espaço de “democratização dos resultados das pesquisas” dos investigadores presentes e de “debates promissores com tantos olhares sobre o universo da comunicação”.

“O campo da comunicação tem muito a contribuir para a compreensão da realidade das nossas cidades, tão repassadas pela mediação tecnológica, mas também capazes de reconhecer a pluralidade identitária e de buscar o modelo civilizacional guiado pela paz e pelo interesse público”, afirmou Cicilia Krohling Peruzzo.

Para a diretora da FLUP, “a questão das identidades, num mundo globalizado e conectado pelas redes digitais, coloca questões difíceis, mas desafiadoras para quem trabalha na área da comunicação”. “A Academia tem a obrigação de estar à frente neste debate e na produção de conhecimento e pensamento”, assumiu Fernanda Ribeiro.

A realização do IBERCOM na cidade conta com o apoio da Câmara do Porto, que, ao final do primeiro dia do evento, recebeu os congressistas nos Paços do Concelho.