Sociedade

Porto já testou centenas de idosos no decorrer do único programa de rastreio aos lares a decorrer em Portugal

  • Notícia

    Notícia

O rastreio, que inclui também os cuidadores que lidam diariamente com os idosos, foi possível graças a mais de cinco mil kits de testes PCR produzidos em Xangai e oferecidos à autarquia pela Fundação Fosun e pela Gestifute, diretamente entregues pelo Município ao Hospital de São João esta semana. Os kits que sobrarem deste programa de rastreios promovidos pela Câmara do Porto serão usados pelo Sistema Nacional de Saúde (SNS), de acordo com as suas necessidades.
Os resultados dos dois primeiros dias de testes (29 e 30 de março) são já conhecidos, não se tendo registado qualquer caso positivo, aguardando-se os resultados dos restantes dias a partir de quarta-feira. Até esta sexta-feira, tinham sido testados todos os idosos e funcionários de 15 lares. A escassez de zaragatoas no país atrasou o programa no início da semana, mas o problema encontra-se já resolvido.
Nos próximos dias o programa será acelerado, com os técnicos dos dois Agrupamentos a prosseguirem um programa de rastreio que até ao final da semana deverá garantir que todos os lares da cidade foram testados.
O programa desenhado pela Câmara do Porto não se fica pelo rastreio nos lares, já que foi previamente acautelada a existência de centros de acolhimento prontos a receber idosos que testem negativo mas cujos lares não apresentem condições de contenção ou os seus funcionários estejam em quarentena e não possa fazer o acompanhamento dos utentes.
Esses centros são a Pousada da Juventude e o Seminário de Vilar, onde existem no total mais de 200 camas, tendo a Câmara do Porto preparado serviços de retaguarda, alimentação e acompanhamento permanente, em regime de contingência, a todos os que necessitarem.
Os técnicos têm encontrado no Porto vários lares bem estruturados, alguns deles com planos de contingência sólidos e bem confinados, o que evita não apenas a infeção como a deslocalização dos idosos.
A Câmara do Porto, em articulação permanente com os dois centros hospitalares da cidade (São João e Universitário), esta a desenvolver este programa enquanto é ultimado o Hospital de Campanha que o Município montou no SuperBock Arena / Pavilhão Rosa Mota e que nos próximos dias receberá os equipamentos médicos necessários.
Espera-se que o Hospital, com 300 camas, esteja a funcionar antes do final da semana, destinando-se a doentes de Covid-19 com poucos sintomas mas que precisem de acompanhamento médico. A proximidade do pavilhão ao Hospital de Santo António permitirá a transferência destes doentes com facilidade, mediante a evolução clínica do seu estado. Alguns dos idosos que venham a ser detetados como acusando positivo no rastreio a decorrer nos lares poderão ser internados neste hospital de campanha que, contudo, servirá toda a região.
Rui Moreira anunciou este programa de rastreio a 26 de março.