Economia

Porto é hoje a cidade do país que mais investimento atrai para as startups

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A cidade do Porto angariou quase 62 milhões de euros de investimento para startups, nos últimos cinco anos. Este valor global coloca a Invicta como a cidade mais atrativa a nível nacional para criar e escalar um negócio. O relatório "Scaleup Portugal 2018" refere que, até aqui, a liderança pertencia a Lisboa.

Pela primeira vez, o Porto ultrapassa a capital portuguesa e posiciona-se como a cidade com mais financiamento angariado para as startups promissoras e aquela que gerou mais receitas, refere o jornal Público, que divulgou nesta terça-feira as conclusões do relatório "Scaleup Portugal 2018", produzido em coparceria entre a EIT Digital e a BGI, pelo segundo ano consecutivo (recebeu também o apoio de vários parceiros nacionais e internacionais).

Os investidores nacionais deram o "empurrão" para consumar este resultado, provando que o trabalho feito pela cidade na promoção do ecossistema empreendedor está a surtir os efeitos desejados. Com efeito, nos finais de 2015, o Município apresentou ao país o Manifesto ScaleUp Porto. Desde então, foram muitas as iniciativas que tem promovido e a que se tem associado, destacando-se a este nível três projetos: a Semana Start & Scale (que já teve a sua terceira edição em 2018), o Porto Innovation Hub (que brevemente terá uma nova casa) e o lançamento de um tool-kit que apresenta todas as oportunidades de investimento em startups na cidade.

No relatório, são analisadas as 25 startups portuguesas que têm até cinco anos de vida e que cresceram mais rápido (por esse motivo, designam-se scaleups). Entre 2012 e 2017, período em análise, o valor angariado totalizou 110,7 milhões de euros, entre financiamento nacional e estrangeiro. Mais de 70% do capital angariado é proveniente de investidores internacionais e o sector das TIC tem a maior quota de mercado.

Números que ficam ainda muito aquém da realidade internacional, mas que, observados à escala do país, diz o Público, representam 60% dos 185 milhões de euros aplicados nas 406 startups registadas em Portugal.

Se, efetivamente, o estudo aponta para uma forte injeção de investimento externo naquele top 25, no Porto, o capital dos investidores lusos foi determinante para que a cidade passasse a liderar as apostas em novos e promissores negócios.

InvestPorto é motor de atração de investimento externo

Este "dado novo, quiçá inesperado" pode explicar-se pela relevância do "tipo de negócio e de indústria", mais até do que a origem geográfica dos empreendedores, procura justificar o diário. Mas, também admite o Público, esta inversão de posições "baralha um pouco o debate nacional".

Se é certo que é em Lisboa que se realiza a Web Summit e que o Governo deposita (quase) todas as fichas da política nacional do empreendedorismo - tendo inclusive anunciado o investimento de 110 milhões de euros por mais dez anos, para que o evento não saia da capital - algo está a mudar.

E, sem julgar a estratégia do Terreiro do Paço, na Invicta há outra aposta que provou o seu valor e que, ainda antes do ScaleUp Porto, tem agitado as marés do empreendedorismo a Norte: a InvestPorto, divisão municipal para atração de investimento, criada em 2014 por Rui Moreira.

Por esta divisão passa não só o apoio à instalação de startups na cidade, como de grandes empresas nacionais e internacionais, como é o caso da Critical Software, Natixis, Euronext, Vestas e, mais recentemente, BMW.

Nas conclusões do relatório "Scaleup Portugal 2018", entre as 25 scaleups avaliadas, a segunda mais promissora do país nasceu no Porto. Trata-se da Veniam, startup produtora de tecnologia que transforma veículos em movimento em pontos de acesso a redes wi-fi (Internet sem fios), que também obteve o apoio da InvestPorto no seu processo de instalação. Em 2016, já tinha angariado 22 milhões de euros de capital estrangeiro.