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Porto é a região do país com as melhores acessibilidades

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A região com melhores índices de acessibilidade rodoviária e ferroviária em Portugal é a Área Metropolitana do Porto (AMP). Esta é uma das principais conclusões de um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a que o Expresso dá hoje eco, no caderno de Economia.

O estudo “Sistemas de transporte em Portugal: análises de eficiência e impactos regionais”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, conclui que é nas duas áreas metropolitanas do país que se verifica uma melhor oferta de acessibilidades, justificada pela maior densidade populacional. Logo atrás da Área Metropolitana do Porto surge a região de Lisboa, e com pior desempenho médio a região de Trás-os-Montes e Alto Douro.

Da investigação coordenada por Carlos Oliveira Cruz, professor no Instituto Superior Técnico, destaca o Expresso, também se verifica que “a entrada de investidores privados nas empresas de transportes em Portugal nos últimos anos trouxe mais eficiência a este setor”.

O artigo não dissocia a melhoria das acessibilidades no Porto e na coroa metropolitana às seis linhas da Metro do Porto, atualmente com 67 quilómetros e a servir sete concelhos. De acordo com a informação avançada, este meio de transporte “tem vindo a conquistar utilizadores de todas as idades e segmentos sociais, ajudando a tirar diariamente mais de 15 mil carros do centro da capital de distrito, a encurtar distâncias, a atrair multinacionais para a região”.

Conforto, fiabilidade e preços são vantagens que os utilizadores reconhecem e que dão força à ao plano de expansão da empresa de transportes, que vai aproveitar a famosa “bazuca” europeia. Recorde-se, a este propósito, que as obras para a construção da Linha Rosa já iniciaram, e que há planos para uma nova ligação, que visa alivar o estrangulamento sentido na Ponte da Arrábida. Além do metrobus previsto entre a Praça do Império e a Boavista.

Para o presidente do Conselho Metropolitano do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues, estes resultados não são propriamente uma surpresa. Citado pelo Expresso, o também presidente da Câmara de Gaia comenta, no entanto, que ter os melhores índices de acessibilidade rodoviária e ferroviária do país deve ser mote para fazer mais e melhor. “Há ainda muito para fazer até chegar ao patamar dos nórdicos”, sublinha.

Refere-se, em particular, à ligação Porto-Gaia, “com grande pendularidade diária”, que ainda vem acompanhada por um tempo médio de travessia muito elevado, de cerca de 50 minutos. “Há 50 mil pessoas a atravessar o Douro diariamente para trabalhar na outra margem e mais 20 mil para estudar”, avança o autarca, suportado em dados do INE - Instituto Nacional de Estatística.

Por isso, sustenta, são precisas mais obras rodoviárias e ferroviárias, além da expansão do metro, acompanhada de uma nova ponte e do metrobus, sem esquecer a questão da intermodalidade (referia-se que, do lado do Porto, está em curso a obra do Terminal Intermodal de Campanhã).

No estudo promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos é ainda ressalvado que, do ponto de vista da acessibilidade geográfica rodoviária, “todas as regiões conheceram melhorias absolutas entre 1986 e 2019, como reflexo do investimento generalizado da rede rodoviária. O mesmo não se verifica na rede ferroviária, onde as assimetrias são evidentes”, comparam os investigadores.

Recentemente, na iniciativa “Diálogos Gallecia”, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e o presidente do Governo Regional da Galiza, Alberto Núñez Feijóo, debateram precisamente a necessidade da construção da nova ligação ferroviária entre o Norte de Portugal e a Galiza, como fundamental para o desenvolvimento das duas regiões.