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Porto Design Biennale brota, consolidada, com o odor da chuva na terra

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Inaugura esta quinta-feira, na Casa do Design, em Matosinhos, "Petrichor, o Cheiro da Chuva", a exposição central que marca o arranque da Porto Design Biennale. Porque o tema desta terceira edição é "Ser Água", os presidentes da Câmara do Porto e de Matosinhos escolheram o Reservatório da Pasteleira para antecipar a programação, feita de mais de meia centena de exposições, conversas e instalações gratuitas, que unirá, até 3 de dezembro, os dois municípios em mais uma frente: a da promoção do design sustentável .

Para Rui Moreira, esta é a edição da consolidação do evento, "enquanto espaço de desafio, provocação, questionamento em torno de uma disciplina fundamental para a compreensão e interação com o mundo".

Mas também como "manifesto pela urgência de encontrar respostas para os grandes problemas societais deste século" e "projeto que une dois municípios, geográfica e culturalmente muito próximos".

"Com a bienal, Porto e Matosinhos assumem um compromisso para a valorização de um território contíguo, para o desenvolvimento de dinâmicas culturais intermunicipais e para o diálogo com a sociedade à volta do impacto do design na vida contemporânea", afirma o autarca.

Sobre a temática que une toda a programação do evento, Rui Moreira sublinha como o design "desempenha um papel importante na sustentabilidade ambiental, na medida em que influencia a maneira como os produtos são concebidos, fabricados, utilizados e reciclados". Importa, por isso, que "seja exercido, cabalmente, no desenvolvimento de cadeias de valor mais sustentáveis e na redução do impacto ambiental das atividades humanas".

Levar a sustentabilidade a mais públicos pelo design

Para Luísa Salgueiro, esta colaboração com o Município do Porto é um reforço do "compromisso político com o design enquanto fator estratégico de desenvolvimento e de afirmação" das duas cidades, que “dão outra dimensão" à bienal.

Chegar a mais públicos com a temática da sustentabilidade é, também, considera a autarca de Matosinhos, um objetivo da Porto Design Biennale. "A cultura é, para os dois municípios, uma área a que dedicamos muita atenção, muitos recursos, mas o sucesso dela só será alcançado se conseguirmos, verdadeiramente, chegar a mais pessoas", sublinha Luísa Salgueiro, insistindo que "as nossas sociedades só se desenvolverão se tiverem massa crítica".

Para um futuro mais sustentável, equitativo, livre e feliz

Para a diretora-geral da iniciativa, a Porto Design Biennale tem "desempenhado um papel vital na promoção do design em Portugal e a nível internacional, na estimulação de novas perspetivas e na criação de soluções inovadoras para desafios coletivos".

Sobre o tema desta edição, Magda Seifert sublinhou como "não podia ser mais caro ao nosso presente e, sobretudo, inquietante quanto ao nosso futuro". "Estes últimos dias são a prova do cuidado que temos que ter e o quão impactante serão as alterações climáticas", sublinha a responsável da bienal.

Magda Seifert acredita que a iniciativa que une o Porto e Matosinhos "tem ferramentas e assume o compromisso para gerar respostas para contextos desafiantes, trabalhando continuamente para dar formas a futuros mais sustentáveis, equitativos, livres e, esperemos que, mais felizes".

Nas palavras da responsável, a visão conjunta dos dois municípios "permite que possamos viver num território mais crítico, participado e intelectualmente desafiante".

A vertente poderosa das open calls

Para a programação desta bienal, o curador afirma ter "pensado o design como uma capacidade humana, que nos permite conceber dispositivos e o mundo em que habitamos", seja pelo lado do conforto, mas também pela provocação de "altos desgastes no planeta".

Nesse contexto, explica Fernando Brizio, "procurei convidar pessoas que pensam as questões da água de forma muito diferente". Antes da apresentação da programação, o curador da Porto Design Biennale sublinhou "uma das vertentes mais poderosas" da iniciativa, que é "o facto de pedir a pessoas para submeterem projetos e financiá-los".

A edição deste ano, que conta com um investimento de 850 mil euros, dividido entre Porto e Matosinhos, tem como território convidado a Galiza, que, na semana passada, recebeu, também, uma sessão de apresentação, momento onde Rui Moreira afirmou que a colaboração entre as regiões "vai permitir um maior conhecimento" e potenciar "oportunidades muito importantes do ponto de vista do desenvolvimento, da qualificação da indústria, que vocês precisam e nós também, num mercado cada vez mais competitivo".

A informação completa sobre a programação pode ser consultada na página da Porto Design Biennale.