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Porto convidado a estreitar ligações económicas com Angola em todos os setores

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Angola quer reforçar a relação económica com Portugal e foi na cidade do Porto que o Chefe de Estado angolano quis deixar essa mensagem, na presença de Rui Moreira. Perante uma plateia de cerca de 800 empresários da região Norte, que participou hoje no Fórum Económico Portugal-Angola, na Alfândega do Porto, João Lourenço destacou "as imensas riquezas" do seu país, e encorajou os empresários portugueses a investimentos a médio e longo prazo, especialmente nos setores da agricultura, pescas, indústria e turismo.

Na sessão de encerramento, participada também pelo primeiro-ministro português, o Presidente da República de Angola, reiterou o convite permanente "para a necessidade do reforço do investimento privado direto de empresas portuguesas no nosso país". Investimento esse que João Lourenço quer que extravase o âmbito comercial, para se reorientar também para os setores primário e secundário, nomeadamente nos campos da agricultura e da indústria.

No Fórum Económico Portugal-Angola, organizado pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), o Presidente de Angola confirmou que o seu país tem hoje "uma nova visão sobre o papel e a importância do setor empresarial privado e do investimento estrangeiro" na economia, e que não é avesso à aplicação do conhecimento luso nos domínios tecnológico, de gestão, de formação académica e de investigação.

Aliás, será através destas áreas que poderão nascer "parcerias criativas", potenciadoras de mais empregos e, por conseguinte, de mais desenvolvimento para Angola.

Segundo dados que apresentou, existem atualmente de 5.600 empresas portuguesas a exportar para aquele país, metade das quais têm em Angola destino exclusivo. Mas João Lourenço quer abrir este leque à chegada de novos negócios e, por isso, partilhou com os 800 empresários presentes no Fórum novas oportunidades, como, por exemplo, o lançamento de concursos públicos para os caminhos-de-ferro e para o novo aeroporto internacional de Luanda.

No fluxo das exportações, o Presidente da República de Angola também gostaria de ver introduzidas mudanças, que cimentem a parceria estratégica. Já no discurso que tinha proferido na Câmara do Porto, após ter recebido de Rui Moreira as chaves da cidade, João Lourenço tinha dito que auspiciava "um futuro profícuo", alicerçado na "cooperação e intercâmbio em todos os setores", assim como no aprofundamento das relações bilaterais.

"Pretendemos ver num futuro, não muito longínquo, maior investimento de empresas portuguesas a produzir em Angola aquilo que hoje exportam como produto acabado", afirmou.

Por seu turno, o primeiro-ministro salientou na sua mensagem, que o melhor sinal de uma relação única entre dos dois países se refletiu na presença no seminário de mais de 800 empresas, na Alfândega do Porto, dizendo que não se lembrava de um evento com esta dimensão, "quando em causa estão perspetivas de investimento e desenvolvimento da atividade comercial num país estrangeiro".

Por se tratar de Angola, "é muito fácil mobilizar o interesse e o entusiasmo dos empresários portugueses", considerou António Costa.

Este foi o terceiro momento da visita de Estado que trouxe o Presidente da República de Angola à cidade do Porto, tendo este ato sido antecedido por uma reunião no Palácio da Bolsa com o primeiro-ministro e pela assinatura de acordos.

João Lourenço foi recebido esta manhã nos Paços do Concelho e, na ocasião, Rui Moreira entregou-lhe as chaves da cidade. O autarca justificou o ato simbólico como uma forma de dizer a Angola que tem no Porto uma cidade amiga, que "vive como nossos os vossos sucessos e os vossos avanços".