Economia

Porto continua a captar empresas para a cidade apesar da pandemia

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Filipa Brito

A dinâmica empresarial e económica do Grande Porto continua imparável no que diz respeito à capacidade de atração de empresas - maioritariamente internacionais - que apesar do atual contexto pandémico continuam a escolher a cidade Invicta para se fixarem.

Só no terceiro trimestre, o mercado de escritórios registou uma ocupação total de 10.269 metros quadrados, o que equivale a um valor 6% acima da procura verificada no período homólogo de 2019, conseguindo assim esbater a desaceleração ocorrida durante a época de confinamento e manter a linha de retoma da atividade empresarial, que se vem registando desde junho.

Segundo os dados recolhidos no relatório OnOffice, publicado pela consultora imobiliária Predibisa, apesar de se ter registado uma quebra de 8% no que toca ao número de transações, o valor médio contratado por operação aumentou, fixando-se nos 934 metros quadrados, 16% acima do valor registado no mesmo período do ano anterior. Já no acumulado do ano, o Porto encontra-se 28% acima do ano de 2019, no que diz respeito ao volume de absorção.

Relativamente às áreas geográficas, o destaque vai para a zona central da cidade com cerca de 70% das operações transacionadas centradas no chamado Central Business District (CBD), na Boavista. Segue-se a zona de Matosinhos com 17% da área colocada e a zona da Baixa do Porto, com 13%.

Estes dados vão ao encontro das conclusões de um estudo desenvolvido pelo Município do Porto, realizado através do gabinete de atração de investimento InvestPorto, onde se assinalava que apesar do forte impacto da pandemia na economia local, a maioria das empresas estratégicas para o desenvolvimento económico do Porto continua a encara o futuro de forma positiva.

Graça Ribeiro da Cunha, responsável da Predibisa para a área dos Escritórios, admite que a pandemia trouxe cautela, com as empresas a demorarem mais tempo a fechar negócios: "O mercado de escritórios do Porto continua atrativo na captação de novas empresas que se pretendem instalar na cidade, apesar de atualmente o processo de decisão e negociação ser mais longo. Nos últimos meses verificou-se a tendência de procura por áreas menores, principalmente por empresas que já se encontram instaladas no Porto. A análise de novos projetos continua numa incerteza e notamos um adiamento no processo de decisão, fruto da atual conjuntura económica. Em todo o caso, estamos confiantes que o Porto continuará no radar dos investidores e que fecharemos o ano com um resultado positivo, apesar do impacto da pandemia".

O principal fator de motivação das empresas para a procura de novos espaços de escritórios na região continua, tal como no semestre anterior, a centrar-se sobretudo na expansão de área, correspondendo a 55% da zona arrendada. Um dado que contrasta com o período homólogo, no qual o motivo de expansão de área era responsável por apenas 33% da absorção de 2019. Os restantes 45% prendem-se sobretudo com o motivo de mudança de instalações (31%) e com a chegada e instalação de novas empresas no Porto, cerca de 14%.

Já no primeiro semestre deste ano, o mercado de escritórios no Grande Porto tinha registado um aumento de 38% no volume de ocupação, com um total de 28.381 metros quadrados de escritórios preenchidos.