Economia

Porto, cidade da reabilitação urbana, põe região a pulsar

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No último dia da 10.ª Semana da Reabilitação Urbana, o vereador da Economia levou ao Palácio da Bolsa o “Pulsar”, a estratégia de desenvolvimento económico da região, cuja definição a Câmara do Porto está a liderar. “Mais do que o resultado, o que conta é o processo”, sublinha Ricardo Valente.

O vereador recorda que “nunca na cidade tinha sido feito um trabalho de auscultação daquilo que são os anseios das entidades, não só públicas, mas também das privadas, que têm as suas vivências aqui no Porto”. O objetivo foi, afirma, “medir o pulso à região” e, a partir daí, “construir um plano de médio e longo prazo”.

O Pulsar, sublinha o responsável, aborda “aspetos fundamentais como a atração de investimento e a questão do talento”. “O que procuramos nos desafios de talento, inovação, sustentabilidade, competitividade e atratividade de investimento nacional e estrangeiro é criar uma cada vez melhor cidade”, lembra Ricardo Valente, certo de “estamos, em muitos deles, numa posição bastante interessante”.

Nomeadamente, no desafio da inovação e da sofisticação, onde, reforça o vereador, “o Porto tem seguido um caminho de extremo sucesso”. Os valores que o comprovam falam em 22% do valor acrescentado bruto na cidade vir, atualmente, das empresas internacionais que se vêm instalando no Porto.

Depois de ouvidas as entidades, num processo colaborativo onde o papel da Câmara, diz Ricardo Valente, foi apenas o de “juntar as pessoas a discutir a economia da cidade e a lançar desafios”, o Pulsar chegou a dez projetos transversais, que terão um investimento no valor de 600 milhões de euros.

De entre as várias ideias para o desenvolvimento da região, o vereador destacou a potenciação da economia azul e de um “Porto Verde”, com enfâse na reabilitação. “O Porto é a cidade da reabilitação urbana”, assume Ricardo Valente, “é a cidade no país que mostrou como é que é possível reabilitar centros históricos e como é que é possível fazê-lo bem”.

O próprio Município vem trabalhando na área do urbanismo e do ambiente, com incentivos à construção sustentável. “Se calhar vamos ser a primeira cidade do país com redução de taxas de IMI relacionadas com a eficiência energética”, tema já mencionado pelo vice-presidente, Filipe Araújo, num outro momento na Semana da Reabilitação Urbana.

Sobre as propostas assumidas, Ricardo Valente recorda que “não temos uma lógica dirigista”. “Estas propostas podem até nem ir para a frente se se revelarem más ideias. O que queremos é que a cidade pense, que toda a gente participe no desenvolvimento económico da região”, reforça o vereador.

E conclui: “Mais do que papéis, relatórios, powerpoints, o que vamos fazer é construir um plano que melhore a vida das pessoas, das empresas, das pessoas que nos visitam e das instituições”.

Investimento na reabilitação urbana nas ARU, no primeiro semestre, aumenta 34%

Entretanto, o SIR - Reabilitação urbana, apurado pela Confidencial Imobiliário, divulgou os números referentes ao primeiro semestre desde ano, no que diz respeito a investimento imobiliário nas nove Áreas de Reabilitação Urbana (ARU) do Porto: 322,1 milhões de euros, o que representa um aumento de 34% face ao mesmo período de 2021.

O aumento verifica-se, igualmente, no número de operações, com mais 33%, num total de 1.140 transações concretizadas. De acordo com o jornal Vida Económica, a maior parte deste investimento - 53% - foi dirigido à aquisição de fogos residenciais, gerando um total de 169,9 milhões de euros, seguido dos prédios completos ( 107,2 milhões de euros), dos imóveis de retalho (37,1 milhões) e da aquisição de imobiliário de serviços (7,9 milhões de euros).

Depois da Baixa e Centro Histórico, Campanhã é o destino com maior volume de investimento, mas foi mesmo a ARU de Corujeira a que registou maior crescimento: de 3,9 milhões de euros para 10,4 milhões.