Urbanismo

Porto Art Square nasce na Fábrica Social para celebrar arte digital e espólio de José Rodrigues

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Já foi uma fábrica. Foi, também, o atelier do escultor José Rodrigues e é, até hoje, a casa da fundação com o seu nome. No edifício da antiga Fábrica Social há muito se deixaram de produzir chapéus e ali vai, agora, surgir uma nova vida: a da celebração da arte digital e do espólio do artista, o Porto Art Square.

A apresentação do projeto, da autoria de Ginestal Machado, teve lugar na tarde desta sexta-feira, no Palácio dos Correios, lugar que já exibe, para todos os que por ali passam, "Salomé", um busto feminino em bronze, da autoria de José Rodrigues, e contou com a presença do presidente da Câmara do Porto.

"Entusiasmado" desde o início com o projeto, Rui Moreira lembrou como "José Rodrigues era uma pessoa com uma capacidade incrível para atrair para ali pessoas". E é isso que o espaço se propõe continuar a fazer.

Reforçando a "necessidade de apostar num dos corações da cidade", no Alto da Fontinha, o presidente da Câmara do Porto partilhou o desejo de, "daqui a dois anos, vermos ali uma nova atividade, que passe a ser um local de fruição e que as pessoas encontrem ali tudo o que precisam".

Presente na apresentação do projeto, a filha de José Rodrigues mostrou-se "felicíssima" por "esta parceria acarinhar muito o trabalho do meu pai". "Se o meu pai estivesse aqui, quereria que as coisas continuassem com esta vida", acredita Ágata Rodrigues.

“Tudo em mim são coisas do destino, eu pouco tenho a ver com isto, alguém me empurra. Desde o princípio olhei para esta fábrica e senti um fascínio. Mas o que é que foi? Não sei”, afirmava o escultor sobre o espaço onde trabalhava e que agora vai oferecer apartamentos, lojas e escritórios, lado a lado com a sua fundação, renascida como galeria de arte e centro de conferências.

“É um projeto de usos mistos, segundo a teoria do novo urbanismo, formando um conjunto de serviços, residencial e cultural que dinamizará a zona e qualificará um pedaço de cidade de forma integradora e harmoniosa”, explica o Grupo Ferreira, promotor do projeto.

O administrador, Rui d'Ávila, definiu este como "mais do que um projeto imobiliário, um projeto de vivências urbanas" e algo que pretende assumir-se como "o inverso da gentrificação", levando "as pessoas e a comunidade artística" para aquela zona da cidade. "Queremos estar lá dentro todos os dias para ajudar ao desenvolvimento do bairro, um bairro residencial e de serviços, capaz de atrair a economia local", garantiu o responsável.

O promotor do projeto adianta, ainda, que, “na celebração da arte e do progresso tecnológico, o Porto Art Square irá proporcionar aos seus futuros moradores o direito a uma coleção exclusiva de arte digital (NFTs)”.