Desporto

Porto acolhe em setembro o Thinking Football Summit promovido pela Liga Portugal

  • Isabel Moreira da Silva

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Filipa Brito

A Câmara do Porto aprovou, por unanimidade, ceder o Super Bock Arena - Pavilhão Rosa Mota para a realização Thinking Football Summit, evento de âmbito europeu promovido pela Liga Portugal, que vai realizar-se de 2 a 5 de setembro. O impacto financeiro previsto para a primeira edição é de 4,5 milhões de euros. O apoio para a concretização da iniciativa é formalizado já para quatro edições, até 2024.

A cedência estende-se, na verdade, por seis dias, tempo necessário para a montagem e desmontagem do evento que quer posicionar-se como de referência no âmbito europeu, até como o mais importante na discussão das principais temáticas do futebol profissional.

E a ambição não é, de todo, um devaneio, já que a preparação desta Feira de Futebol – assim a denomina também a Liga Portugal – vai reunir conferências, jornadas, cimeiras de presidentes, debates sobre responsabilidade social do futebol, um espaço business para a promoção de networking e negócios entre empresas, “sem esquecer o lado de entretenimento com momentos dedicados aos eSports e outras iniciativas com todos os adeptos de futebol mas também evolvendo as famílias”, refere a proposta assinada pela vereadora da Juventude e Desporto, Catarina Araújo, que foi aprovada ontem, segunda-feira, por todo o Executivo Municipal.

Pedro Proença, presidente da presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que marcou presença na reunião, afirmou que este será também “um projeto icónico”, pelo que fazia sentido desafiar novamente a Câmara do Porto. O objetivo é claro, declarou: “tornar a cidade do Porto na centralidade da discussão do futebol mundial durante quatro dias”. À convocatória não faltarão a FIFA, a UEFA, bem como todas as grandes ligas internacionais, com o propósito maior de debater a indústria do futebol.

“A ideia é organizar um evento anual que possa juntar clubes, convidados e stakeholders internacionais, patrocinadores e parceiros, startups e empresas que apostam muito na inovação tecnológica no futebol. Vai ser o grande summit internacional do futebol”, frisou o responsável, durante uma apresentação em que indicou que o setor do futebol profissional já contribui 0,3% ao ano para o PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

Para esta primeira edição do Thinking Football Summit estão previstas mais de 100 atividades, 40 conferências, 96 oradores, sendo esperados cerca de mil profissionais do setor, 150 empresas, e envolvendo também cerca de 150 elementos para o staff.

“O público-alvo são os adeptos, estudantes (até porque estamos numa fase de investimento na capacitação), empresas que apostam na tecnologia e na ativação de marca, e todos os profissionais do setor”, adiantou Pedro Proença.

Com epicentro no Super Bock Arena – Pavilhão Rosa Mota, onde será ainda montada “uma fun zone e um mini estádio” na envolvente, os participantes poderão ter a oportunidade de ver “grandes lendas do futebol mundial”, e – quiçá – António Guterres, o Presidente da República e o Primeiro-Ministro, assim espera o presidente da Liga Portugal, que já viu confirmada a presença de Rui Moreira no evento.

Para a primeira edição do Thinking Football Summit são esperados cerca de 5.600 visitantes por dia, num total de 22.400 para os quatro dias, provenientes de 50 países, além de 5.000 dormidas na cidade. O retorno económico previsto é de 4,5 milhões de euros.

As entradas serão pagas, mas os preços da bilhética ainda não foram divulgados. Pedro Proença garante que estarão ajustados àquilo que será um investimento assumido “com capitais próprios” da Liga Portugal e das entidades parceiras. Aliás, diz o seu presidente, “nos dois primeiros anos vamos perder dinheiro”, porque “não temos qualquer propósito que não seja implementação de marca e de conceito do evento”, sustentou.

O vereador Ricardo Valente, com o pelouro da Economia, Turismo e Comércio, comparou o impacto económico do evento, que não terá qualquer apoio do Estado Central, com o Web Summit, que se realiza em Lisboa, e para o qual o Governo contribui com 11 milhões de euros.

Da parte do PS, o vereador Manuel Pizarro disse que o projeto tem “múltiplos méritos”, porque é sobretudo “um encorajamento à recuperação da economia”. Também o vereador social-democrata, Álvaro Almeida, manifestou o apoio do PSD à iniciativa, e salientou que, se dependesse das entidades públicas, o evento seria realizado em Lisboa e não no Porto.

Já a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, disse esperar que quem queira participar não fique dependente de condições económicas.

Obra para a sede da Liga Portugal arranca ainda este ano

“A forma como a cidade do Porto se envolveu para poder receber a sede da Liga Portugal, todo o esforço que tem sido feito pela cidade do Porto para ser a centralidade da discussão do futebol profissional em Portugal, obviamente que não escondo que privilegiei esta relação para que este Summit fosse aqui feito. Faço isto por convicção”, sublinhou ainda Pedro Proença durante a apresentação do evento.

Uma deixa que a vereadora do PS Odete Patrício aproveitou para questionar qual o ponto de situação do projeto.

Em resposta, o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional revelou que ainda este ano deve ser lançada a primeira pedra da obra para a nova sede da Liga no Porto, cujas obras devem estar concluídas em 2023.

“Estamos dentro do cronograma. As coisas tem corrido muitíssimo bem e, portanto, nós pensamos ainda este ano lançar a primeira pedra. A verdade que a questão da pandemia não ajudou muito em alguns processos, mas estamos dentro do programa que inicialmente apresentamos à Câmara Municipal do Porto e, portanto, espero nos próximos dois anos estar a convidar os senhores vereadores para a inauguração da sede", rematou Pedro Proença.