Ambiente

Porto acolhe e cuida dos animais investindo no seu bem-estar e socialização

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O novo Centro de Recolha Oficial de Animais da cidade já está em pleno funcionamento. Após a sua abertura em meados de maio, o novo espaço, situado na Travessa das Águas Férreas de Campanhã, possibilita o acolhimento de cerca de 200 animais e dispõe de uma equipa de médicos veterinários e tratadores que garantem o bem-estar e o processo de socialização dos residentes de quatro patas.

Numa visita com a sua família às novas instalações do Centro de Recolha Oficial de Animais com o propósito de encontrar o seu animal de estimação que se encontra perdido há uns dias, Luísa Magro acabou por fazer outro felino muito feliz. Convencida pelo filho pequeno, a família decidiu dar um novo lar ao gato de tenra idade que se encontrava no Centro para adoção, confessa Luísa que não resistiu ao pedido do filho.

"Quem puder adotar realmente, é gratificante e os animais reconhecem isso", reforça a munícipe com o novo amigo de quatro patas ao colo, que se junta agora a uma família numerosa composta por outros cães e gatos, todos eles encontrados na rua, remata.

Mas este não é o único animal felizardo. O novo Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA) está em pleno funcionamento desde meados de maio, depois de finalizadas as obras de construção de raiz do novo espaço, e tem sido muita a procura por parte dos munícipes. Na primeira semana de abertura, chegou a registar um máximo histórico de adoções de animais.

Com capacidade para acolher cerca de 200 animais, o novo espaço, próximo ao Viveiro Municipal, dispõe de 94 boxes. Além da dimensão física ter melhorado substancialmente, há, no entanto, um ativo que se mantém: a experiente equipa de tratadores e veterinários municipais que acompanha os animais diariamente, agora por certo até mais motivada pelas condições que garantem o total bem-estar dos cães e gatos instalados na valência.

Que o diga Luna, uma gata de nove anos de idade que, após ser resgatada há pelo menos oito pela equipa de médicos veterinários que se encontravam no antigo canil municipal, tornou-se sua mascote e é agora a hóspede mais antiga do novo Centro de Recolha, parecendo bastante satisfeita com a sua nova casa.

Com a conclusão da obra e a transferência de todos os animais, durante o mês de abril, para o novo equipamento municipal, também Luna os acompanhou e agora é ver a gata passeando-se livremente pelos corredores do edifício.

Nuno Pereira, chefe de gabinete de saúde pública e bem-estar animal, explica os procedimentos adotados, desde o momento do resgate do animal até à fase de entrega aos seus donos ou para adoção. Refere que "são sempre recolhidos quando é possível e mediante uma gestão dos recursos que temos e dos espaços". Depois, "o animal quando é recolhido é sempre visto por um médico veterinário, é avaliado o seu estado e depois passa por um período de quarentena", ficando nesse espaço a "aguardar que o detentor se identifique e venha buscar o seu animal".

"Caso o animal não tenha detentor e seja mesmo um animal errante, então, passado o período de quarentena, fica disponível para adoção" nas instalações do Centro, continua.

Nuno Pereira refere ainda que a gestão "é sempre feita de caso a caso e a receção de animais sempre muito bem ponderada e bem avaliada para que não corramos o risco de, de um momento para o outro, ficarmos lotados e deixarmos de dar uma resposta à cidade".

Com uma separação física e funcional entre o serviço de adoção e o de recolha oficial, o equipamento municipal providencia aos animais várias valências como: cuidados clínicos, nomeadamente a esterilização dos animais e até a concretização de cirurgias; um "pequeno spa", com um espaço dedicado aos banhos e tosquias; e ainda um programa de socialização e treino para os animais alojados, fornecido por 23 tratadores com formação na área.

Túlia Aires, médica veterinária do Centro de Recolha de Animais, explica o dia a dia destes animais, que se faz logo pela manhã, altura em que "são todos visitados pelo nossos tratadores. Eles fazem uma ronda a todas as boxes de cães e gatos para ver se há alguma anormalidade". De seguida, se estiver tudo bem, e depois de serem "higienizados e alimentados, os animais vão socializar".

No caso dos cães, "vêm à rua, com as trelas, são passeados", de preferência em grupo para haver uma habituação e o contacto com outros cães.

"Durante esses passeios são-lhes ensinadas regras, regras de passeio, regras de sentar, regras de socialização para, quando os animais saírem para adoção, já terem essas regras básicas para evitar conflitos na via pública", acrescenta ainda a veterinária.

No que diz respeito aos felinos, "não podendo sair à rua em passeio, nas próprias boxes é feita a socialização pelo contacto, pela manipulação com os seres humanos e também a socialização com os outros gatos", um trabalho que é feito diariamente com todos os animais alojados nas instalações, acrescenta Túlia Aires.

Instalado há quase três meses na Travessa das Águas Férreas de Campanhã, o equipamento municipal, que vem substituir o antigo canil com mais de 80 anos, tem permitido potenciar o serviço prestado a estes animais e a adoção responsável.

"O Centro de Recolha tem ótimas instalações e nós convidamos toda a gente a visitar-nos", remata a veterinária, apelando ainda à adoção responsável, uma vez que não basta "querer muito", sendo necessário "avaliar uma série de questões" para que o animal não corra o risco de ser devolvido ao Centro.

Contactos para adoção ou visitas ao Centro de Recolha de Animais

Caso pretenda adotar um animal, conheça todas as condições AQUI.

O atendimento telefónico do CROA está disponível 24 horas por dia, através do número 228 349 490. Para solicitar atendimento presencial, os munícipes devem realizar uma pré-marcação através do mesmo contacto telefónico, de segunda a sexta-feira, entre as 9 e as 12 horas ou entre as 14 e as 16 horas.

As visitas a animais para adoção apenas são autorizadas mediante agendamento prévio, sendo as mesmas realizadas de segunda a sexta-feira, das 13 às 15,30 horas.