Mobilidade

Ponte Dona Antónia Ferreira vai unir Porto a Gaia pela Linha Rubi

  • Paulo Alexandre Neves

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A nova ponte, que ligará o Campo Alegre, no Porto, à Arrábida, em Vila Nova de Gaia, e integrada na Linha Rubi do metro, já tem nome: Dona Antónia Ferreira, mais conhecida por Ferreirinha. O anúncio foi feito, esta sexta-feira, durante as comemorações do 135.º aniversário do Jornal de Notícias (JN). Numa iniciativa inédita, os municípios do Porto e Vila Nova de Gaia, conjuntamente com o Ministério do Ambiente e o Jornal de Notícias, decidiram que fosse a população a escolher o nome a dar à estrutura que irá ser construída sobre o rio Douro.

Presente na cerimónia, na Reitoria da Universidade do Porto, Francisco Javier de Olazabal não poderia estar mais contente. Trineto de Dona Antónia Ferreira, figura incontornável do Douro, viu, agora, o nome da sua trisavó ficar perpetuado para sempre na sétima ponte que une o Porto a Vila Nova de Gaia. O anúncio foi feito pela diretora do JN, Inês Cardoso.

A nova ponte estará concluída até ao final de 2025. Financiada, assim como a Linha Rubi, pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), espera que venha a suprimir 5,2 milhões de automobilistas, em 2026, e a servir cerca de 11,4 milhões de utilizadores do metro, numa viagem entre a Casa da Música e Santo Ovídio.

Rui Moreira: "A nova ponte irá valorizar as duas cidades"

Sob o signo das "pontes que nos unem", painel integrado nas comemorações dos 135 anos do JN, o presidente da Câmara do Porto garantiu que a nova infraestrutura terá um "impacto positivo", apesar das "renitências iniciais". "A nova ponte sobre o Douro irá valorizar as duas cidades. Vai, seguramente, promover a mobilidade sustentável entre Porto e Gaia. E temos ainda a esperança de que, apesar da sua localização, seja possível mitigar o impacto paisagístico desta infraestrutura", frisou.

Considerando que, atualmente, "Porto e Gaia funcionam como um cérebro" – "conseguimos normalizar aquilo que era anormal", disse –, Rui Moreira reafirmou, mais uma vez, que "a mobilidade constitui uma prioridade política para o Município do Porto. Temos em curso uma estratégia para tornar mais flexível, intermodal, eficiente e sustentável a rede de transportes públicos da cidade", sublinhou.

Dentro desta estratégia, a expansão da rede do metro é um projeto estruturante para a mobilidade inteligente e sustentável para a cidade. "Ao melhorar a mobilidade urbana, estamos a construir uma cidade de proximidade, uma cidade de bem-estar e qualidade de vida, uma cidade mais inclusiva do ponto de vista social, uma cidade mais sustentável e resiliente às alterações climáticas", acrescentou Rui Moreira, não deixando de dar os parabéns ao Jornal de Notícias, "uma das mais importantes e respeitáveis instituições da cidade do Porto".

"Ontem como hoje, o Jornal de Notícias pratica um conceito informativo pouco vulgar em Portugal e que justifica a sua popularidade transversal a diferentes épocas e gerações. Falo do jornalismo de proximidade. Um jornalismo que nos dá as notícias da nossa rua, da nossa cidade, da nossa região. As notícias, no fundo, que mais nos dizem respeito, que mais nos interessam, que mais nos fazem sentir portuenses e nortenhos", garantiu o presidente da Câmara do Porto.

Eduardo Vítor Rodrigues: "Somos uma região de redes"

Também o presidente da Câmara de Vila Nova de Gaia frisou que a escolha do nome para a nova ponte sobre o Douro é o "exemplo de gente que se relaciona sem se deixar contaminar nos seus processos. É exemplo de quem trabalha conjuntamente sem complexos".

"Somos uma região de redes. Não temos vergonha de estarmos uns com os outros, de nos darmos uns com os outros, não fingimos que não nos conhecemos. É verdade que nos conhecemos, que cooperamos, mas nem isso inibe que sejam independentes e autónomos, uns com os outros e cada um consigo próprio", adiantou Eduardo Vítor Rodrigues.

Já para o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, o novo trajeto (Linha Rubi) é uma "representação de união, num tempo em que estamos cada vez mais afastados uns dos outros".

Antes, usaram da palavra o presidente executivo do Global Media Group, Marco Galinha, a diretora do JN, Inês Cardoso, para quem "o jornalismo é sempre a criação de pontes entre pessoas e territórios" e, através de uma mensagem vídeo, o Presidente da República. "Onde não há comunicação social não há democracia forte", frisou Marcelo Rebelo de Sousa.