Economia

Plano estratégico projeta a cidade e a região como líderes do desenvolvimento económico

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O Plano Estratégico de Desenvolvimento Económico (PEDE) do Porto foi apresentado ao Executivo municipal na reunião pública de segunda-feira. O documento contempla uma visão para 2030 que vai do “Mais Porto” para o “Melhor Porto” e estabelece a cidade Invicta como líder, íman e motor da macrorregião do Noroeste português (e peninsular). O PEDE Porto vai ser analisado pelo Conselho Municipal de Economia antes de voltar à apreciação do Executivo.

A apresentação do documento esteve a cargo de Hermano Rodrigues, da EY (Ernst & Young), que detalhou o processo de elaboração do PEDE Porto e explanou as principais propostas deste plano. “As ambições previstas para o desenvolvimento económico da cidade estimulam uma visão para um ‘Porto Melhor’”, sublinhou, traçando o retrato de um Porto “seletivo pelo valor”.

“Uma economia competitiva, diferenciadora e crescentemente tecnológica, que alia a identidade à modernidade, a inteligência territorial à empresarial, os setores ditos tradicionais aos setores mais emergentes e a cooperação à liderança. Uma economia assente na inovação, no valor, na sofisticação, no talento, no crescimento verde e na projeção (regional, ibérica, europeia e internacional) através de uma marca global forte. Uma economia integrada, digital, sustentável, justa e resiliente, com capacidade para responder aos desafios societais do presente e capitalizar os desafios societais do futuro”, podia ler-se no documento.

A análise partiu de um diagnóstico prospetivo, prosseguindo pela elaboração de uma estratégia de desenvolvimento económico, desembocando num plano de ação para aplicar até 2030. “Tendo em conta as vantagens comparativas e competitivas que o Porto e o Noroeste português apresentam, foram definidos oito domínios de especialização inteligente: Comércio, serviços e imobiliário; Turismo e desporto; TIC e centro de serviços; Saúde e ciências da vida; Cultura e indústrias criativas; Mobilidade, energia e ambiente; Economia azul; Construção sustentável”, explicou Hermano Rodrigues.

As atividades de comércio e serviços têm particular relevância na economia do Porto, aliadas à sua notoriedade como destino turístico de referência internacional. Para exemplificar, o documento elaborado pela EY cita a “forte presença no tecido empresarial do Porto” do setor do comércio e serviços, com “92% dos estabelecimentos, 88% do emprego e 79% volume de negócios, em 2019”.

Também o imobiliário e TIC assumem protagonismo. O mercado de reabilitação é o principal motor do crescimento do imobiliário (71,6% entre 2011 e 2020), e a cidade distingue-se na vertente tecnológica: ocupa o 4.º lugar no ranking de melhor cobertura de banda larga ultrarrápida da Europa e a 6.ª melhor tecnologia de comunicações de acordo com os rankings World Digital Competitiveness 2017 e 2018 da IMD. “O Porto concentra cerca de um terço dos centros de competências instalados no país”, acrescenta o plano, descrevendo a cidade como um “polo atrativo para multinacionais na área das TIC”.

O PEDE Porto contou com um processo de auscultação para o qual foram convidadas 127 entidades. “O documento assume um caráter estratégico para o papel que o município pode ter no desenvolvimento da cidade e da região. Apesar de ser um plano de desenvolvimento económico, este plano tem um caráter multidisciplinar – toca muitas outras vertentes fundamentais para a vida da região”, concluiu Hermano Rodrigues.

“O documento será enviado à Casa dos 24, como também é designado o Conselho Municipal de Economia, antes de aqui voltar”, notou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira. “Há aqui matéria que nos deve fazer refletir, como é o caso da articulação territorial. A macrorregião do noroeste peninsular, do noroeste português, em particular, não tem tradução numa unidade territorial. Existe a necessidade de repensarmos os modelos de organização, temos uma macrorregião que não se ajusta a nenhum dos mapas de NUTS”, acrescentou.

O vereador com o pelouro das Finanças, Economia e Emprego, lembrou que este projeto “foi um desafio lançado pelo Conselho Municipal de Economia, com o objetivo de posicionar o Porto num plano macro estratégico”. “Foi um processo extremamente participado, com entidades que vão para além da cidade. É um plano detalhado, que nos dá uma visão. Queremos um plano de cidade”, apontou Ricardo Valente.

“É um documento muito extenso, que estamos a analisar. Participaremos nesse processo de auscultação”, afirmou o vereador Tiago Barbosa Ribeiro, do PS. Agradecendo a apresentação, a comunista Ilda Figueiredo também prometeu analisar o plano.