Urbanismo

Plano de urbanização vai transformar Campanhã num novo polo da cidade

  • Paulo Alexandre Neves

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Um ano depois do anúncio de um Plano de Urbanização para Campanhã foi, agora, conhecido o projeto de autoria do arquiteto catalão Joan Busquets. A "revolução urbanística" vai transformar a zona oriental da cidade, desenvolvendo ali uma nova centralidade, ancorada no projeto de Alta Velocidade, da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal (IP).

O novo Plano de Urbanização pretende operar uma profunda transformação do espaço urbano. O território em volta da estação ferroviária alterar-se-á substancialmente, no médio e longo prazo, em virtude da ampla intervenção urbanística motivada pela Linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa.

Para o presidente da Câmara Municipal do Porto, "esta é uma grande oportunidade para a cidade do Porto e para Campanhã, em particular". "Um ano depois é bom podermos revisitar aquilo que está a ser feito", frisou Rui Moreira.

Pegando na história recente da cidade, o presidente da Câmara relembrou que "quando a atual estação de Campanhã foi construída nada foi planeado. A cidade foi rasgada e Campanhã foi sempre vítima desse rasgão". Por isso, disse, "esta é uma enorme oportunidade de recompor o urbanismo naquela zona, de uma forma integrada".

"Este [plano] vai ser um acelerador que vai permitir andar mais depressa e vencer barreiras", concluiu Rui Moreira.

Um território de oportunidades

O Plano de Urbanização de Campanhã será "um território de oportunidades", como afirmou o vereador do Urbanismo. "Ali, a cidade pode crescer em extensão", acrescentou Pedro Baganha.

Joan Busquets, que confessou ser um "profundo admirador" do Porto, apresentou e revelou a maquete do projeto. "Um trabalho intenso ao longo do último ano" com as equipas de Urbanismo da Câmara Municipal e da Infraestruturas de Portugal, revelou, adiantando que a estação de Campanhã, que será alvo de uma requalificação, vai ter uma nova configuração, a nascente, "uma imagem mais moderna", disse.

A zona vai ganhar uma nova praça e uma passagem superior à linha, ligando todos os meios de transporte, no âmbito da introdução da alta velocidade ferroviária no Porto. Ali será construído um parque de estacionamento, com 620 lugares.

Com a alta velocidade, a estação de Campanhã vai ser alargada, para nascente, dos atuais limites da estação, assim como a consequente afetação da Rua Pinheiro de Campanhã, que deverá ser restabelecida visando assegurar a sua ligação à Rua do Freixo, cuja passagem inferior à linha deverá continuar a ser assegurada.

Os comboios chegarão a Campanhã, através de uma nova ponte rodoferroviária a construir no âmbito do projeto de alta velocidade, cujo concurso público para o troço Porto-Oiã foi lançado na semana passada. "A estação [de Campanhã] continuará ser um espaço emblemático da cidade", frisou o vice-presidente da IP.

Porto-Lisboa em 1h15

Carlos Fernandes garantiu que a Infraestruturas de Portugal espera arrancar com a parte dos projetos e de construção da linha de alta velocidade, a partir de meados de 2025, devendo ligar as duas principais cidades do país em cerca de uma hora e 15 minutos. Em termos de preços, o bilhete custará cerca de 25 euros.

A primeira fase (Porto-Soure) deverá estar pronta em 2030, com possibilidade de ligação à Linha do Norte e encurtando, de imediato, o tempo de viagem. O projeto prevê a realização de 60 serviços por dia e transportar 16 milhões de passageiros por ano. Paralelamente, está também a ser projetada a ligação do Porto a Vigo (Espanha), com ligação ao Aeroporto Francisco Sá Carneiro.

Na conclusão de apresentação do plano de urbanização, o secretário de Estado das Infraestruturas afirmou estar esperançado que "o sonho da zona de Campanhã se pode concretizar", a pretexto do "desenvolvimento de uma infraestrutura de transporte rodoviário", acrescentou Frederico Francisco.

Assista aqui a toda a cerimónia de apresentação do Plano de Urbanização de Campanhã.