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Pintora Armanda Passos morreu aos 77 anos

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Nascida no Douro, foi na cidade do Porto que Armanda Passos sempre viveu e nasceu para o mundo artístico. A pintora morreu nesta quarta-feira, mas a sua obra perdura. No Porto, está representada na coleção pública do Museu de Serralves.

Veio para a cidade Invicta logo após o nascimento, onde cresceu e estudou, tendo-se mais tarde dedicado às Artes Plásticas na Escola Superior de Belas Artes (ESBAP). Não mais daqui saiu, ainda que o reconhecimento nacional e internacional lhe tenham valido uma vida preenchida, num vaivém próprio de uma artista plástica cujo trabalho foi amplamente aplaudido.

Tanto que a sua faceta de docente – foi professora de Tecnologia da Serigrafia no Centro de Reabilitação Vocacional da Granja, lecionou Tecnologia da Gravura na ESBAP (hoje Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto), tendo sido ainda membro do grupo "Série" Artistas Impressores – pouco emergiu diante da artista que expôs a título individual ou coletivo nas mais sonantes galerias do país e do mundo, desde 1976, tendo inclusive representado Portugal em bienais na Polónia e na Bélgica.

Armanda Passos, como se disse, nunca abriu mão do seu lar no Porto e, talvez por isso, imbuída da sensibilidade de Álvaro Siza Vieira, a ele lhe entregou a projeção da sua casa e do atelier.

Com vários prémios colecionados em vida, entre os quais o 2.º Prémio do Ministério da Cultura na Exposição "Homenagem dos artistas portugueses a Almada Negreiros", ou o Prix Octogne, Charleville (Mezières, França), a pintora foi ainda condecorada com a Ordem de Mérito, em 2012.

Este ano, o Museu do Douro, em Peso da Régua, abriu um espaço em sua homenagem, onde apresenta 83 obras da coleção que Armanda Passos ofereceu à instituição, entre desenhos a tinta-da-china, óleos, guaches, gravuras e serigrafias.

Em 2019, a Universidade do Porto também já havia homenageado a artista, com a exposição “Armanda Passos: 75 anos, 75 escritas”, indício de uma obra que também suscitou o interesse de vários intelectuais e historiadores que a procuraram descodificar, entre os quais Mário Cláudio, José Saramago, Vasco Graça Moura, Urbano Tavares Rodrigues, Lídia Jorge ou Eduardo Prado Coelho.

A obra de Armanda Passos (1944-2021) fica representada em importantes coleções públicas, destacando-se aquelas que estão no Museu do Chiado, em Lisboa, e no Museu de Serralves, no Porto.