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Philippe Vergne nomeado novo diretor de Serralves

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Philippe Vergne é o novo Diretor do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, anuncia hoje o Conselho de Administração da Fundação. Com uma experiência de 25 anos de liderança em várias instituições internacionais foi, nos últimos quatro anos, Diretor do Museu de Arte Contemporânea de Los Angeles (MOCA).

Chega ao Porto para assumir novas funções em abril de 2019. Com uma sólida carreira, desde sempre ligada à arte contemporânea, Philippe Vergne liderou algumas das mais prestigiadas instituições de arte dos Estados-Unidos e da Europa.

"A sua nomeação para Serralves surge na sequência de um processo de seleção internacional, com entrevistas a candidatos de várias partes do mundo", refere Serralves em comunicado. Neste processo, acrescenta-se, "o Conselho de Administração de Serralves foi assessorado por um grupo de prestigiados diretores de museus, nomeadamente, Frances Morris, Diretora do Tate Modern, em Londres; Suzanne Cotter, Diretora do MUDAM, no Luxemburgo; Jochen Volz, Diretor da Pinacoteca do Estado de São Paulo; Laurent Le Bon, Presidente do Museu Nacional Picasso, em Paris; e Vicente Todoli, Diretor Artístico do Pirelli Hangar Bicocca, em Milão".

Considerado por unanimidade candidato excecional para assumir a Direção do Museu de Arte Contemporânea de Serralves, o novo diretor diz em comunicado que "é uma honra fazer parte de um museu cujo compromisso para com a comunidade artística internacional, nas suas várias disciplinas, é contínuo e rigoroso, mantendo ao mesmo tempo os mais elevados padrões".

Para Ana Pinho, presidente do Conselho de Administração de Serralves, Philippe Vergne é "um notável curador, traz uma visão artística sólida e inspiradora não só para o Museu e para a Coleção, mas também para o extraordinário património da Fundação de Serralves e do seu parque histórico". Além disso, destaca o reconhecimento internacional entre artistas, profissionais de arte e patronos.

Percurso profissional

Philippe Vergne é também reconhecido pela sua estreita relação com artistas e profissionais de instituições culturais e museus internacionais. No MOCA, Vergne reestruturou o programa e desenvolveu um plano estratégico de longo prazo para o museu. Apresentou uma linha robusta de exposições de destacados artistas plásticos como Sturtevant, Hito Steyerl, Andy Warhol, Kerry James Marshall, Carl Andre, R.H. Quaytman, Adrián Villar Rojas, Cameron Rowland, Anna Maria Maiolino, Mickalene Thomas, Zoe Leonard, e Laura Owens, entre muitos outros. Foi ainda responsável por grandes aquisições para a coleção permanente do museu, incluindo importantes obras de Kara Walker, Haegue Yang, Matthew Barney, Catherine Opie, Andreas Gursky, Njideka Akunyili Crosby, Jean-Luc Molène, Barbara T. Smith, Ana Mendieta, Wolfgang Tillmans, Jac Leirner e Glenn Ligon, entre outros.

A passagem de Vergne pelo Dia Art Foundation de Nova York foi marcada pela consolidação do currículo artístico e de exposições da instituição, tendo organizado mostras e intervenções como o Gramsci Monument de Thomas Hirshhorn instalado no Bronx em Nova York; Jean-Luc Molène Survey Show; e a iniciação do Allora and Calzadilla Puerto Rican Light project em Cueva Vientos, Porto Rico. A sua ação foi igualmente determinante no projeto de conservação de Walter de Maria Lighting Fields no Novo México, que incluiu a aquisição de uma vasta área de terrenos adjacentes à obra para a sua proteção.

Desde 1992, como diretor ou como curador, Vergne tem concebido e organizado exposições monográficas e temáticas coletivas em grandes instituições de todo o mundo. Destacam-se a Let's Entertain: Life's Guilty Pleasures (viajou para o Centre Georges Pompidou em Paris); How Latitudes Become Forms, Art in a Global Age (viajou para a Fondazione Sandretto Re Rebaudengo em Torino), Carl André (viajou para o Museu Reina Sofia em Madrid), Yves Klein (viajou para o Hirshhorn Museum e Sculpture Garden em Washington, D.C.), Huang Yong Ping (viajou para o Ullens Center for Contemporary Art em Beijing) e Kara Walker (para o Hammer Museum em Los Angeles e no Musée d'Art Moderne de la Ville de Paris). Em 2006, Vergne foi co-curador da Whitney Biennial do Whitney Museum of American Art em Nova York, com Chrissie Iles, tendo trabalhado com mais de 50 artistas. Paralelamente a esta intensa atividade, Vergne é autor de diversas publicações - livros e catálogos - escreveu ensaios e artigos para as mais importantes publicações de arte, para além de ser orador frequente em diversos foros.

Vergne licenciou-se em direito na Universidade Pantheon-Assas, Paris II, e em arqueologia e história de arte moderna pela Universidade de Paris IV, Sorbonne, onde continuou os seus estudos em história de arte, obtendo um mestrado e um Diplôme d'Etudes Approfondies.

Em 2014, Vergne foi condecorado com a Légion d'Honneur em reconhecimento pelos seus 24 anos de serviço à arte. Philppe Vergne recebeu ainda a distinção de Chevalier dans l'Ordre des Arts et des Lettres, concedida pelo governo francês em 2004.