Sociedade

Esplanadas do Porto ficam encerradas por ordem do presidente da Câmara

  • Notícia

    Notícia

Viveu-se um sábado à noite completamente atípico na cidade do Porto. Não se avistou vivalma na zona da Movida e da Ribeira, os estabelecimentos de restauração e bebidas fecharam portas e as esplanadas foram recolhidas. A partir de hoje estão temporariamente encerradas, conforme determinou o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, neste sábado. A decisão contou com a extraordinária colaboração dos empresários da cidade, que voluntariamente têm aceitado as recomendações do Município e, muitos deles, até oferecido os seus serviços à cidade e aos cidadãos.

A resposta do Porto em tempos de guerra para desarmar o inimigo Coronavírus, passa muito também por esta demonstração de sentido cívico. Se é verdade que os tripeiros têm sido exemplares na resposta a esta epidemia, os empresários da cidade, onde se incluem os da restauração e animação noturna, tudo têm feito para contribuir para o cumprimento das medidas de reforço ao combate à COVID-19 anunciadas por Rui Moreira, na passada sexta-feira.

Ao dia de ontem, sábado, e em complemento às decisões anunciadas no dia 13, o presidente da Câmara do Porto assinou um novo despacho em que determinou "o encerramento temporário e até nova reavaliação de todas as esplanadas e espaços similares exteriores ou interiores instalados e em funcionamento no Município".

A medida entra em vigor a partir de hoje, domingo, até dia 9 de abril, sem prejuízo da sua reavaliação assim que se justifique.

Também ao dia de ontem, Rui Moreira pediu a António Costa que decrete Estado de Emergência Nacional.

A Câmara do Porto foi pioneira em Portugal na adoção de medidas para travar a pandemia da COVID-19, primeiro aplicando um plano de contingência interno, de acordo com o preconizado pela Direção Geral de Saúde, e adotando dias depois, a 10 de março, a cessação de todos os eventos culturais e o encerramento de museus e do Teatro Municipal, entre outros equipamentos e a limitar os serviços municipais de atendimento público.

O Município apoiou ainda a administração da STCP a dispensar a validação e a permitir apenas entrada e saída de passageiros pela porta traseira dos autocarros.

Ainda que o nível de cumprimento dos cidadãos do Porto esteja a ser "admirável" (como, aliás, demonstram as imagens da noite de sexta-feira, logo a primeira após o comunicado de Rui Moreira), o autarca pediu a antecipação da declaração do Estado de Emergência Nacional, para que a Polícia Municipal possa impor maior autoridade e para que mais medidas restritivas possam ser ainda mais efetivas.