Proteção Civil

Patrulha de quatro patas junta-se à missão de salvamento da polícia e dos bombeiros

  • Porto.

  • Notícia

    Notícia

São oito – cinco fêmeas e três machos –, ainda a caminho dos três meses, os mais recentes operacionais a reforçar o trabalho da Unidade Especial de Polícia - Grupo Operacional Cinotécnico da Polícia de Segurança Pública do Porto e da Unidade Cinotécnica Municipal. Os cães são de uma linhagem de trabalho de pastores alemães e foram doados, na tarde desta terça-feira, no Centro de Recolha Oficial de Animais (CROA) do Município, através de um protocolo com a Câmara do Porto.

A Nina e a Maria, as duas cadelas que ficam na unidade municipal, são as únicas que já têm nome e já são capazes de seguir algumas indicações dos treinadores e manter-se em formatura. Nos seis que vão reforçar a resposta da PSP a energia está no auge e, por enquanto, ainda só pensam em brincar e disputar a ração até ao fim. Mas esta é a idade ideal para começarem a ser treinados para missões de maior responsabilidade.

Para o presidente da Câmara do Porto, este “é um momento particularmente bonito”, ainda que Rui Moreira partilhe o sentimento de que “o ideal é que eles consigam chegar ao fim das suas vidas sem serem precisos. Se forem, são mais um elemento de segurança e proteção dos cidadãos”.

No momento da doação dos cães, o presidente do Município sublinhou que “este é mais um sinal daquele que tem sido o nosso empenho na relação que temos mantido com a PSP, por quem temos grande respeito pelo trabalho que desempenha”.

Presente na cerimónia, além do comandante da Polícia Municipal, intendente António Leitão da Silva, da comandante do Comando Metropolitano do Porto da PSP, superintendente Paula Peneda, do vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, e das vereadoras Catarina Araújo e Cristina Pimentel, esteve o comandante da Unidade Especial de Polícia da PSP, superintendente-chefe Paulo Lucas, que agradeceu a doação assegurando que “os cães vão ser de extrema utilidade”.

Reafirmando que “este momento demonstra um sinal importante de apoio à PSP”, o comandante da Unidade Especial acredita que os novos agentes de quatro patas “irão contribuir para a segurança da Área Metropolitana do Porto”.

Como explica o subintendente da Polícia Municipal, Afonso Sousa, a PSP tem “um leque de competências e atribuições muito diversificado”. Os cães “serão treinados para atividades de deteção de produtos estupefacientes ou manutenção de ordem pública”, entre outras tarefas. “Eles farão uma avaliação casuística dos animais e hão-de perceber qual é a maior vocação e a forma como os poderão rentabilizar melhor”, afirma Afonso Sousa.

Reforço de uma unidade cinotécnica pioneira no país

As outras duas irmãs juntaram-se aos seis cães que já trabalham com a Unidade Cinotécnica Municipal, que integra a Polícia Municipal e o Batalhão de Sapadores Bombeiros. Sendo uma unidade criada no ano passado e, como lembrou Rui Moreira, “pioneira no país porque é constituída por polícias e bombeiros, especializados em resgate”, está vocacionada essencialmente para as competências de Proteção Civil.

“Uma unidade destas é importante porque, de vez em quando, vemos casos de derrocadas, terramotos, situações em que os cães são absolutamente indispensáveis para encontrar pessoas que estão debaixo de destroços, que estão em situação de perigo” garantiu o presidente da Câmara do Porto. Assim, os animais serão treinados para, no futuro, integrar missões de busca e salvamento.

Durante o próximo ano, ano e meio, “a altura ideal para eles poderem estar sozinhos em ações de socorro”, afirma o major Ricardo Pereira, subcomandante do BSB, os cães terão treinos diários, cada um com um tratador único. “São trabalhos muito próximos entre o tratador e o animal para criar um clima de confiança” e que permitirão que “o animal depois produza muito mais rendimento quando sujeito a uma atividade mais complicada na proteção e socorro”.

O treino destes cães é feito em “cenários de escombros, instalações abandonadas” de forma a serem “postos perante situações o mais reais possível”, além de, acrescenta o subintendente da Polícia Municipal, “uma pista que criámos com alguns obstáculos para permitir ter um treino mais eficaz”.

Satisfeito com este reforço da capacidade operacional, o subcomandante do BSB acredita que o trabalho que irão desempenhar “é muito importante, especialmente na altura em que estamos, com algumas obras na cidade e com trabalhos de alguma complexidade, mas também com o aumento dos fenómenos atmosféricos”.