Ambiente

Papel das cidades na transição rumo à neutralidade carbónica destacado em encontro europeu

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Porto.

O Conselho Europeu está a discutir os objetivos climáticos da UE para 2030, mas, antes da reunião dos chefes de Estado e de governo, o tema foi abordado num encontro entre responsáveis europeus, subordinado ao tema “A caminho de uma Europa neutra em carbono”. Na qualidade de presidente do Fórum de Ambiente da rede Eurocities, o vice-presidente da Câmara do Porto, Filipe Araújo, destacou o papel das cidades nesta transição rumo a uma União Europeia neutra em carbono, ilustrando com exemplos concretos do que vem a ser feito no Porto com este objetivo em mente.

A meta está estabelecida e passa por alcançar a neutralidade carbónica até 2050. O Porto é uma das cidades que assumiu esse compromisso e, apesar do imprevisto da pandemia, o trabalho não pode desviar-se do objetivo. “As cidades foram altamente afetadas pela crise da Covid-19, mas é imperativo que cada euro investido na recuperação seja um euro que contribua para a transformação verde e digital da Europa”, sublinhou ontem Filipe Araújo, num encontro realizado previamente ao Conselho Europeu, que nesta quinta e sexta-feira discute os objetivos climáticos da UE para 2030.

Num painel em que também participaram a vice-presidente do Parlamento Europeu, Heidi Hautala, a secretária de Estado do Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Finlândia, Terhi Lehtonen, e o coordenador de Ambiente do Grupo PPE, Peter Liese, foi abordado o papel fulcral das cidades na prossecução da meta da descarbonização.

“64% das cidades-membro da rede Eurocities já se comprometeram a alcançar a neutralidade climática até 2050, e entre elas 14 já se comprometeram a alcançá-la antes mesmo desse ano. Têm sido as cidades os grandes motores da contribuição para que se atinjam as metas estabelecidas, dado que também é nas cidades que se concentra grande parte das emissões”, acrescentou o vice-presidente da Câmara do Porto, que desempenha também as funções de presidente do Fórum de Ambiente da Eurocities, plataforma que reúne algumas das maiores e mais importantes cidades europeias.

Os municípios, a nível europeu, fizeram um apelo aos Estados-membros da UE para que assumam uma meta ambiciosa de redução de emissões de pelo menos 60% para 2030, vinculativa a nível da União Europeia, para garantir que a Europa continua a ser o líder global na luta contra as alterações climáticas.

Na sua intervenção, Filipe Araújo destacou o progresso que já foi feito pelo Porto na diminuição das emissões de gases com efeito de estufa na cidade, um trajeto retratado no Breve guia do Ambiente, documento de apresentação da estratégia da cidade para o sector, relativo ao ano de 2020.

Escolhendo alguns exemplos concretos, o vice-presidente da Câmara do Porto destacou as medidas adotadas ao nível da mobilidade, com a substituição de toda a frota municipal de veículos – já foram percorridos mais de 4 milhões de quilómetros em modo elétrico – ou o consumo de energia 100% proveniente de fontes renováveis nas instalações municipais, incluindo a produção para autoconsumo com painéis solares em 29 edifícios.

Também ao nível dos espaços verdes e iluminação pública o Porto tem dado passos rumo à sustentabilidade e eficiência energética, corroborados pelos bons resultados no combate às alterações climáticas plasmados no Relatório de Sustentabilidade da Câmara do Porto, referente ao ano de 2019. Esta trajetória do Município do Porto valeu o reconhecimento entre as 88 cidades do mundo que são líderes ambientais.