Cultura

Palco digital do Teatro Municipal do Porto estreia peça da companhia Estrutura

  • Porto.

  • Notícia

    Notícia

DR_estrutura_F_01.JPG

DR

Devido ao atual contexto pandémico, a nova peça de teatro da companhia Estrutura foi convertida num objeto artístico digital, onde três mulheres apresentam em cena aquilo que são, sem restrições. O espetáculo estreia às 21 horas, do dia 25 de fevereiro, na sala virtual do Teatro Municipal do Porto (TMP).

"F..." é o resultado de uma reflexão conjunta entre três mulheres — Cátia Pinheiro, Patrícia da Silva e Paula Sá Nogueira — que, a partir dos seus corpos, procuram desconstruir a relação da cultura visual com as ideias de feminino, feminilidade, ideal de beleza e objetificação.  

Pensado inicialmente para ser mostrado em palco, o espetáculo foi transformado num projeto online em formato de vídeo. Assim, as três criadoras, que nunca se reuniram fisicamente devido à pandemia, abordam conceitos como o lugar da fala, a invisibilidade e o silenciamento das mulheres na criação artística contemporânea e na História da Arte.

Horas antes da estreia, às 19horas de sexta-feira, será ainda transmitida, na página de Facebook do TMP, uma conversa com as três criadoras, moderada pelo artista Rogério Nuno Costa.

Depois da apresentação, "F..." permanecerá acessível na sala virtual do TMP até sábado, dia 27 de fevereiro. O espetáculo é para maiores de 16 anos e os bilhetes custam 3,50 euros.

A companhia portuense Estrutura, fundada em 2009 por Cátia Pinheiro e José Nunes, tem vindo a desenvolver vários espetáculos de teatro e atividades de formação que dialogam com a realidade do pensamento contemporâneo, promovendo a experimentação artística e a lógica colaborativa.

Palco online do Teatro São João também reúne propostas para os próximos dias

Ainda no mesmo registo, também o Teatro Nacional São João (TNSJ) apresenta, por estes dias, duas sugestões para assistir em streaming.

Entre os dias 24 de fevereiro e 9 de março, é possível (re)ver o espetáculo “Comédia de Bastidores”, que marcou o regresso do encenador Nuno Carinhas ao palco do TNSJ, em 2020.

Dividida em três atos, a obra escrita em 1972 pelo autor anglófono Alan Ayckbourn tem como pano de fundo três ceias de Natal sucessivas, e aborda temas como o casamento burguês, o adultério, os conflitos de classes e as pequenas obsessões da sociedade.

Já entre os dias 26 de fevereiro e 6 de março - e na impossibilidade de ser apresentado presencialmente no Teatro Carlos Alberto -, é a vez de “Fake” subir ao palco virtual do São João. O espetáculo, baseado na história verídica da escritora de livros de mistério e crime, Norma B., - que foi acusada do homicídio do próprio marido -, explora as tensões existentes entre a informação e a desinformação, as crenças individuais e coletivas e a propensão do ser humano para acreditar nos preconceitos.

Concebido pela dupla Inês Barahona e Miguel Fragata, em colaboração com o realizador Tiago Guedes, “Fake” constrói-se através de um diálogo entre o teatro e o cinema, onde a câmara assume um papel de polígrafo.

Os dois espetáculos ficam disponíveis a partir das 21 horas do dia de estreia e o acesso à bilheteira online (BOL) tem o custo de 2 euros.