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Pacto do Porto para o Clima junta mais de meia centena de pessoas em debate sobre Energia

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A sessão inaugural contou com casa cheia e uma plateia motivada para fazer a diferença no caminho para alcançar a neutralidade carbónica em 2030.

“Vamos fazer, em conjunto, uma viagem por diferentes temas ao longo das próximas 10 semanas. Esta partilha é fundamental porque o desígnio a que nos propomos tem de ser um compromisso de todos”, afirmou Filipe Araújo, no arranque do Ciclo de Conversas “Rumo à neutralidade carbónica 2030”, na passada quinta-feira, nas instalações do Porto Innovation Hub.

O vice-presidente da autarquia do Porto lembrou que o Município está a fazer o seu trabalho e que já foi reconhecido pela Comissão Europeia, que selecionou a Invicta para integrar o conjunto de 100 cidades europeias que participarão na Cities Mission - “Cidades Inteligentes e com um Impacto neutro no Clima”. “O Porto pode e deve ser um exemplo”, reiterou.

O debate sobre “Energia descentralizada e limpa” motivou a participação de mais de meia centena de pessoas. A abrir os trabalhos, Rui Pimenta, administrador da Agência de Energia do Porto, elencou alguns dos projetos que a cidade do Porto já tem no terreno, como o Porto Solar, o Porto Energy Hub ou a grande aposta em soluções de energia renovável.

João Peças Lopes lembrou que, atualmente, muitos dos consumos de energia estão a eletrificar-se, inclusive ao nível da mobilidade. O professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto adiantou que este setor é responsável por “35% da energia consumida em Portugal”. A mobilidade – que estará em destaque na próxima semana – é também uma das áreas onde a Sonae está a apostar mais para reduzir consumos e emissões de gases, confirmou Carlos Sampaio. O COO da Elergone Energia mostrou-se, ainda, preocupado com o atraso nos licenciamentos de Comunidades Energéticas.

Jorge Sousa trouxe à conversa o exemplo inspirador do Hospital de São João. As mudanças desenvolvidas no edifício, como a substituição da cobertura ou o investimento em vidros duplos, alteraram por completo o paradigma energético daquela unidade de saúde. E a aposta é para continuar, agora com a implementação de um conjunto alargado de painéis fotovoltaicos, confirmou o diretor do Serviço de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Universitário de São João.

Transportes representam cerca de 40% do total de emissões no Porto

"Mobilidade Sustentável" é o tema da próxima sessão, que decorre no dia 11 de maio, pelas 18h, no Porto Innovation Hub. A mobilidade é determinante na gestão das cidades, e a descarbonização dos meios de transporte é fundamental para atingir os ambiciosos objetivos climáticos do Porto. A cidade tem dado passos determinantes nesta transição, com um aumento da oferta de transporte público que se materializa nas obras de expansão da rede do Metro do Porto, no novo projeto do Metrobus ou numa gestão intermunicipal dos STCP.

Mas a mudança não está circunscrita à rede. A gratuitidade dos transportes públicos até aos 18 anos é um passo muito relevante na mudança de comportamentos e na promoção do uso do transporte público. Descarbonizar é fundamental, mas tem de ser acompanhado de uma migração do uso do veículo individual para o transporte público.

Para debater estes e outros temas, o Ciclo de Conversas contará, desta vez, com a presença de Carlos Abreu, diretor da Unidade de Manutenção da Frota da STCP, Fabrizio Curtale, diretor da Bird Portugal, e Francisco Travassos, diretor de Expresso e Logística dos CTT e CEO da Locky. (As inscrições são gratuitas, limitadas aos lugares disponíveis. Reservas podem ser efetuadas aqui).

Sobre o Pacto do Porto para o Clima

O Pacto do Porto para o Clima é uma iniciativa liderada pelo Município do Porto, que pretende despertar a ação dos cidadãos e organizações e criar uma verdadeira comunidade de aprendizagem, partilha de experiências e conhecimento, e apoio mútuo para este desígnio. Esta iniciativa conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República.

A iniciativa tem mobilizado atores de diversos quadrantes e congrega já mais de 200 subscritores de enorme prestígio, de áreas tão diversas como a academia, justiça, educação, telecomunicações, construção, indústria, ONGs, 3o setor, desporto, ciência, saúde, cultura, abrangendo algumas das mais reputadas instituições e organizações empresariais da cidade e da região.