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Orfeão Universitário do Porto está eternizado em rotunda da cidade

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Fica em Campanhã, junto à estação de Metro de Nasoni, a rotunda do Orfeão Universitário do Porto. A decisão da Câmara do Porto, tomada pela Comissão de Toponímia, justifica-se pela influência da centenária instituição na história e na vida da academia. A cerimónia de inauguração decorreu nesta quarta-feira.

Capas negras, vozes afinadas, hino académico "Gaudeamus Igitur" e "Amores de Estudante" entoaram nos céus de Campanhã, ontem à tarde, anunciando que ali está eternizada uma instituição académica que, ao longo dos seus 106 anos de vida, tem contribuído para manter viva a tradição estudantil e promover o nome da Universidade do Porto no mundo, não fosse o Orfeão Universitário do Porto (OUP), graças à sua intensa ação cultural e social, um dos seus principais embaixadores.

Na cerimónia inaugural, o presidente da Câmara do Porto quis sublinhar que ficava satisfeito com a decisão tomada pela Comissão de Toponímia porque, embora reconhecendo que há muitos nomes em lista de espera, entende que se devem priorizar instituições e personalidades "que estão vivas e que continuam a desempenhar a sua missão", neste caso, no acolhimento aos novos membros do OUP e no tratamento exemplar que é dado a quem por lá passou.

"O património imaterial é o que permanece" e, para Rui Moreira, esta homenagem do Município ao Orfeão Universitário do Porto é justa porque estão "sempre disponíveis para a cidade".

António Sousa Pereira, reitor da Universidade do Porto, assinalou a "ação cultural de inegável mérito" desenvolvida pelo OUP, também "um dos agrupamentos que melhor corporiza o espírito académico desta cidade". Salientou ainda o papel que o Orfeão Universitário do Porto desempenha, há mais de um século, "na preservação das tradições académicas, na integração de estudantes e na construção de repertório coral, folclórico e etnográfico".

Tal como Rui Moreira, o reitor da U. Porto referiu ser "inteiramente justa a inclusão deste topónimo, com o qual são enaltecidas a longevidade e a importância do Orfeão na vida académica da cidade". E agradeceu à Câmara do Porto o facto ter decidido perpetuá-lo.

Miguel Lello, presidente da Associação dos Antigos Orfeonistas da Universidade do Porto, organização que comemorou o ano passado 50 anos, disse ser este um momento de "emoção e sentido de dever cumprido", perante o olhar também emocionado de um grande número de antigos orfeonistas que fizeram questão de marcar presença na cerimónia.

A ajuda desprendida disponibilizada ao próximo, a incorporação de soft skills no contexto de trabalho e a resistência à adversidade foram alguns dos aspetos elencados por Miguel Lello sobre as virtudes do OUP, "que não se aprendem nos bancos da universidade".

A estas palavras, André Lello, presidente do Orfeão Universitário do Porto acrescentou o papel disruptor do organismo na vida académica nacional. Recordou que foi dele que nasceu "a mais antiga tuna universitária do país, que remonta a 1890" e também foi no seu seio que se despontou "a padronização do traje académico feminino". Sem esquecer que foi no OUP que se fundou uma das maiores orquestras de estudantes a nível nacional, "cujos expoentes criativos, Aureliano Fonseca e Paulo Pombo, compuseram aquele que se tornou o verdadeiro hino dos estudantes universitários: "Amores de Estudante".

A cerimónia protocolar contou com momentos musicais protagonizados pelo Coro Clássico do OUP e pela Tuna Universitária do Porto. Marcaram também presença na inauguração o bispo do Porto, D. Manuel Linda, a vereadora da Câmara do Porto com o pelouro da Juventude e Desporto, Catarina Araújo, e Fátima Vieira, vice-reitora da Universidade do Porto.