Mobilidade

Obras do metroBus na Avenida da Boavista avançam a partir de fevereiro

  • Paulo Alexandre Neves

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As obras de construção das linhas de metroBus vão arrancar logo no início de fevereiro, começando pela Avenida da Boavista, seguindo depois para a Avenida Marechal Gomes da Costa e, mais tarde, em direção a Matosinhos. Esta aposta na mobilidade vai trazer benefícios para a descarbonização da cidade, tal como afirmou hoje, na apresentação do projeto, na Casa da Música, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira.

"Qualquer projeto desta natureza levanta sempre problemas. Andamos a afiná-lo com a Metro, conseguindo, nomeadamente, uma solução mais amigável para contornar a Avenida da Boavista e apenas uma via dedicada na entrada da Avenida Marechal Gomes da Costa", salientou Rui Moreira, acrescentando que o novo sistema de mobilidade vai também prolongar-se, "como era fundamental, em termos de procura", até à Anémona (Matosinhos), através do Castelo do Queijo.

As obras do metroBus, num investimento total de 66 milhões de euros (financiados integralmente, a fundo perdido, através do Programa de Recuperação e Resiliência-PRR), vão começar nos primeiros dias de fevereiro, entre a Rotunda da Boavista e o cruzamento com a Avenida Marechal Gomes da Costa. As empreitadas, que, para além da ligação Boavista-Império, integra também a Linha Boavista-Anémona, serão executadas em 2023 e 2024, ano em que se prevê que o novo modo de transporte entre em operação comercial.

Entre as principais novidades está a introdução de uma microrrotunda em frente à Casa da Música, necessária para que o autocarro a hidrogénio do metroBus faça a mudança de sentido em 30 segundos, e deixar cair a intenção de fazer uma rotunda entre as avenidas da Boavista e Marechal Gomes da Costa, numa solução que, ainda assim, vai obrigar à deslocalização do Monumento ao Empresário. Para além disso serão plantadas mais árvores do que aquelas que, por causa das empreitadas, possam vir a ser deitadas abaixo, conforme garantiu o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga.

Aposta na descarbonização com autocarros ecológicos

O novo modo de transporte combina eficácia, pontualidade e fiabilidade com a flexibilidade e o conforto da última geração do autocarro ecológico. Alimentados a hidrogénio, os veículos do metroBus não produzem emissões poluentes, sendo um imenso contributo para a neutralidade carbónica e para o cumprimento das metas das Nações Unidas, a que o Porto se encontra veiculado pelo Pacto para o Clima.

"Todos estamos a mudar os nossos comportamentos. Nas cidades, e no Porto em particular, preferimos não tomar medidas draconianas (como acontece, por exemplo, em Paris), apoiando o transporte público. Temos vindo a trabalhar com a STCP, o Metro e o Governo nesse sentido", salientou Rui Moreira, que esteve acompanhado, na apresentação, do vice-presidente e vereador do Ambiente e Transição Climática, Filipe Araújo, e do vereador do Urbanismo e Espaço Público, Pedro Baganha.

"Apesar de não querermos tomar medidas draconianas há uma coisa que temos de fazer: obras. Não se pode imaginar a construção de uma rede de metro, de metroBus sem que isso não tenha impacto na mobilidade. Os cidadãos devem compreender todo este esforço", acrescentou.

O presidente da Câmara deixou mesmo uma garantia: "Nós vamos verificar que as obras demorem o menos tempo possível. Sabemos que a Metro também quer, mas vamos ser bastante escrupulosos nessa matéria".

Rui Moreira considerou ainda que o transporte público contribui para a "justiça social e para um equilíbrio maior entre aqueles que podem e os que não podem usar o transporte individual".

Boavista-Império em 12 minutos e Boavista-Anémona em 17

Quanto ao faseamento da obra, o presidente da Metro do Porto explicou que a empreitada terá duas fases, uma respeitante ao trajeto Casa da Música-Império e outro ao destino Anémona. "Dentro de cada uma das fases, é dividida em várias sequências, no sentido de mitigar aquilo que são os efeitos de ocupação de um canal rodoviário de muita procura e fundamental para a cidade, a Avenida da Boavista", frisou Tiago Braga, acrescentando que o objetivo passa por garantir, nomeadamente na avenida, que haja sempre duas faixas de rodagem em cada sentido ao longo do processo construtivo.

Sobre a operação comercial adiantou que o alargamento do metroBus à Anémona (Praça Cidade do Salvador) vai representar "um aumento de cerca de 10 mil validações médias diárias anuais" face ao projeto original, que previa apenas ligação à Praça do Império.

Com o metroBus, as viagens na linha Boavista–Império estão previstas durar 12 minutos e Boavista-Anémona 17 minutos. Estão previstas as estações Casa da Música, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império, no primeiro serviço do metroBus, e na secção até Matosinhos adicionam-se Antunes Guimarães, Garcia de Orta, Nevogilde, Castelo do Queijo e Anémona.