Sociedade

O tempo político da criação da Faculdade de Letras analisado em conferência

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"Da República Nova à República Velha: roteiros interpretativos da turbulência política de 1919" é o tema da conferência de fevereiro enquadrada nas comemorações do 1.º centenário da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP).

Marcada para dia 19 no Salão Nobre da Venerável Irmandade da Nossa Senhora da Lapa, entre as 18 e as 20 horas, a iniciativa, que tem entrada livre, terá como orador Armando Malheiro, professor do Departamento de Ciências da Comunicação e Informação da FLUP e será moderada por Pedro Vilas Boas Tavares, professor do Departamento de Estudos Portugueses e Estudos Românicos da mesma faculdade.

A sessão pretende situar um facto local e aparentemente pequeno - a criação da Faculdade de Letras da Universidade do Porto - no tempo político e nas suas implicações. Portugal, em 1919, vivia o efeito traumático da morte do Presidente da República Sidónio Pais (1872-1918). Depois de um regicídio no auge da campanha republicana contra a Monarquia Constitucional (1834-1910), ocorria um presidenticídio no país. Nesse tempo, os monárquicos quiseram crer que a aventura republicana e "democrática" acabara, tendo-se precipitado em duas tentativas falhadas de regresso ao Poder: a Monarquia do Norte e a revolta de Monsanto. A emergência do fascismo italiano e do nazismo alemão depois da I Grande Guerra e em contraposição ao comunismo soviético, bem como os "loucos" anos 20, serão objeto de correlacionamento.

A conferência faz parte do programa "Conferências do 19" que, a par de outras exposições e iniciativas, vai assinalar ao longo de vários meses a criação da FLUP, ocorrida a 27 de agosto de 1919, oito anos após o nascimento da Universidade do Porto, na sequência de esforços do deputado António Granjo e do ministro da Instrução Pública, Leonardo Coimbra.