Cultura

O que mudou na Red Bull Air Race desde a sua última visita ao Porto em 2009

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Desde a sua última
visita ao Porto em 2009, a Red Bull Air Race passou por algumas evoluções, quer
a nível técnico, quer a nível de segurança. Mas a principal e que veio reforçar
ainda mais o interesse no campeonato é a nova divisão entre pilotos consagrados
(Master Class) e estreantes (Challenger Cup). É, por exemplo, nesta nova classe que encontramos a
primeira mulher a competir na Red Bull Air Race.


 


Oito anos volvidos desde a sua última visita ao Porto, o
formato de sucesso da Red Bull Air Race permanece praticamente intacto. A
competição é seguida por milhões de fãs em todo o mundo e as cidades que
acolhem as suas provas continuam a registar níveis impressionantes de retorno
mediático e impacto económico direto nas suas economias.


Transmitida para mais de 130 países e com uma audiência
estimada em 300 milhões de telespetadores, a Red Bull Air Race é hoje um
fenómeno a nível planetário, mantendo praticamente inalterada a fórmula que
esteve na base do seu lançamento, em 2003. Aliás, é talvez esse o seu principal
segredo.

Ainda assim, há pequenas mas significativas evoluções no
campeonato desde a sua última passagem pelo Porto, em 2009.

PILOTOS DIVIDIDOS EM DUAS CLASSES 

A primeira delas é a introdução de uma nova classe para
pilotos estreantes. Ou seja, a organização passou a fazer coexistir no
campeonato duas classes: uma para pilotos consagrados (Master Class) e outra
para pilotos com menor experiência na aviação desportiva (Challenger Class).

Introduzida em 2014, esta nova classe tem atualmente nove
pilotos inscritos, entre eles a francesa Mélanie Astles, de 34 anos, que
recentemente se tornou a primeira mulher a competir na Red Bull Air Race, após
cinco títulos nacionais em acrobacia aérea, integrando igualmente a seleção francesa
que conquistou em 2015 o Campeonato do Mundo de Acrobacia Aérea na classe
"Unlimited".


O modelo utilizado na Challenger Class é o Extra 300
LX, um avião que é disponibilizado aos concorrentes pela própria organização da
Red Bull Air Race, permitindo que todos os pilotos estejam em plano de igualdade a nível técnico,
sobressaindo assim apenas a qualidade e o talento de cada participante.


Já no caso da Master Class, os aviões pertencem aos pilotos
e as suas equipas procuram naturalmente extrair o máximo potencial das suas
aeronaves, não tanto ao nível da potência dos motores, onde as soluções estão mais
regulamentadas e limitadas, mas sobretudo ao nível do peso,
equilíbrio do centro de gravidade (para melhorar a maneabilidade) e da sempre
importante aerodinâmica.


Aquando da passagem da Red Bull Air Race pelo Porto, nos
anos de 2007, 2008 e 2009, o Extra 300 (nas versões R e SR) era ainda o modelo utilizado
na principal competição. Hoje, porém, a escolha quase global é o Zyvko Edge 540, modelo que é
utilizado por 13 dos 14 pilotos que disputam o campeonato. A exceção é o
françês Mikael Brageot, que tripula um MSX-R integralmente construído em fibra de carbono.


PÓRTICOS MAIS ALTOS E RESISTENTES


No capítulo da segurança, a maior e mais visível novidade
diz respeito aos pórticos insufláveis, normalmente apelidados de "air gates",
que os pilotos devem cruzar durante a prova, em voo nivelado ou inclinado.

Desde a última visita ao Porto, estas balizas delimitadoras
passaram a ter mais 5 metros de altura (para um total de 25 metros). Esta
alteração permitiu aumentar a distância dos aviões ao solo para um teto mínimo
de voo, que subiu dos anteriores 10 para os 15 metros, elevando os limites de
segurança.


A forma cónica inicial dos "air-gates" passou a
agora ter um aspeto oblíquo, dado que a face interior das balizas é agora
perfeitamente vertical, criando um ângulo reto perfeito na zona interior de
cruzamento.


Estes pórticos são também agora mais leves, mais estáveis
face a condições de vento forte e muito mais fáceis de substituir, caso sejam
rasgados por um avião. Na verdade, bastam agora 90 segundos para trocar
completamente um destes pórticos, evitando-se assim interrupções mais demoradas.
Em 2003, no arranque da competição, a substituição de um pórtico implicava uma
paragem superior a 20 minutos no programa.

Ou seja, e resumindo: mais talento, mais velocidade, maior
segurança, melhor dinâmica e, no fundo, motivos de interesse renovados para o regresso da Red Bull Air Race aos céus do Porto no primeiro
fim de semana de setembro.